São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Rodrigues acha ético socorro à Mendes Jr.

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Philemon Rodrigues (PTB-MG), que entregou ontem uma emenda à medida provisória de capitalização do Banco do Brasil para socorrer financeiramente a construtora Mendes Jr., disse considerar a proposta ética.
Pela emenda, o banco pode repassar para a empreiteira até R$ 900 milhões para cobrir as dívidas que o Iraque teria com a empresa.
Pastor da igreja evangélica Assembléia de Deus, o deputado considera ética a defesa feita pela bancada de Minas Gerais para que o governo ajude a empreiteira.
Abaixo, os principais trechos da entrevista à Folha:
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Folha - Por que o governo tem que salvar uma empresa privada?
Philemon Rodrigues - O governo é responsável pelas dívidas. Ele assumiu o compromisso como avalista e não tem nada a cobrar da Mendes Jr.
Folha - O que a bancada mineira vai fazer se o presidente Fernando Henrique Cardoso vetar a emenda no caso de sua aprovação pelo Congresso?
Rodrigues - Se vetar, a bancada saberá o que fazer. Vai tomar uma posição conjunta. Está coesa no assunto. Há uma defecção mínima de 10% a 15% (a bancada mineira reúne 53 deputados).
Folha - O que une a bancada?
Rodrigues - A mineiridade. A empresa tem credibilidade nacional e não pode falir por conta da dívida da União. É fundamental manter os 12 mil empregos que estão ameaçados. Quarenta e cinco mil pessoas vão sofrer com a falência da Mendes Jr.
Folha - O senhor considera ético pressionar o governo para socorrer uma empreiteira em dificuldades financeiras?
Rodrigues - Não estamos pressionando. Estamos solicitando que ele cumpra o que assumiu. Defendo o acordo feito para que 12 mil trabalhadores não sejam demitidos.
Não conheço o dono da Mendes Jr. e não recebi dinheiro dela na campanha eleitoral. Gastei apenas R$ 11,6 mil na campanha. Tenho por trás uma comunidade evangélica que não cobra para votar em mim.

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