São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996 |
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Coronel determina a prisão de 155 PMs
IRINEU MACHADO
Ao todo, participaram da operação 156 policiais militares. O coronel Mario Pantoja, que comandou a operação, está cumprindo prisão administrativa, determinada pelo governador Almir Gabriel (PSDB), desde o dia 20 de abril. As prisões têm caráter de pena disciplinar. Os policiais cumprirão as penas nos quartéis da PM de Marabá e Parauapebas, sem direito a visitas. As penas variam de 4 a 20 dias de prisão. A determinação da prisão dos 155 policiais, publicada ontem no boletim interno da Polícia Militar, foi feita depois que a Comissão de Justiça do Comando Geral da PM analisou o relatório do IPM (Inquérito Policial Militar), entregue na quinta-feira à Auditoria Militar do Pará. Indisciplina militar O coronel João Paulo Vieira, que preside o inquérito, recomendou punição aos PMs por julgar que houve "indisciplina militar". Um dos três advogados de defesa da PM no caso, Abdoral Lopes, 52, afirmou que vai estudar a elaboração de uma ação contra Almir Gabriel por "abuso de autoridade". "Tenho certeza de que o pedido de prisão partiu dele, porque o Comando da PM sabe que não poderia fazê-lo. O regimento da PM diz que o comandante é responsável pela tropa, portanto, não se poderia punir todos os PMs", afirmou. "Eles deveriam individualizar os policiais, e não punir a todos. Estão punindo até os soldados que estavam desarmados, só com escudos e cassetetes, e os que se feriram de imediato", disse. A Agência Folha tentou ouvir Gabriel, por telefone, mas não obteve retorno de sua assessoria. Inquérito civil O fazendeiro Plínio Pinheiro Neto, 49, será intimado nesta semana a depor no Inquérito Policial Civil. Pinheiro Neto foi acusado por um gerente de fazenda de ter organizado a coleta de dinheiro entre fazendeiros para pagar propina à Polícia Militar na ação contra os sem-terra em Eldorado do Carajás. O fazendeiro afirma que está sendo "vítima de uma armação". O juiz da comarca de Curionópolis, Laércio Laredo, concedeu 45 dias de prorrogação ao inquérito. Texto Anterior: BC tenta salvar acordo votado no Senado Próximo Texto: Sem-terra cortam árvores Índice |
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