São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Brasil volta a derrotar EUA na OMC

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os Estados Unidos perderam novamente na OMC (Organização Mundial de Comércio) a disputa que mantêm com Brasil e Venezuela acerca do comércio de gasolina entre os três países.
Ontem a organização, com sede em Genebra (Suíça) deu parecer contrário à apelação interposta pelos Estados Unidos no ano passado.
O governo norte-americano alega restrições de caráter ambiental nos processos de refinação do petróleo, utilizados no Brasil e na Venezuela.
Com base nessas restrições, os Estados Unidos evitam importar combustíveis de ambos os países.
Briga
No ano passado, Brasil e Venezuela entraram com recurso na OMC, pedindo o fim das restrições norte-americanas contra seus combustíveis.
A decisão, tomada no início deste ano, foi favorável aos países latino-americanos.
Os Estados Unidos reagiram imediatamente e entraram com uma apelação em uma espécie de tribunal superior da OMC.
A organização divulgou ontem sua decisão novamente favorável a Brasil e Venezuela.
Trata-se do primeiro processo que percorreu todas as instâncias do organismo desde a sua criação, em janeiro de 1995.
Mercosul
O presidente venezuelano, Rafael Caldera, que está em Brasília, comemorou ontem junto com seu colega brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, a decisão da OMC.
Caldera disse que seu país será o quinto integrante do Mercosul ainda este ano.
O governo venezuelano considera a integração com os países do Cone Sul uma ótima saída para a recessão que atinge o país.
A Venezuela adotou no mês passado, medidas de combate à inflação que incluem desvalorização de 42% do bolívar e reajuste de cerca de 12% das tarifas públicas.
O país tem hoje a maior taxa de inflação da América Latina, 72% ao ano.
A decisão da OMC vem em bom momento principalmente para a Venezuela, que tem o petróleo como principal produto de sua pauta de exportações.
A abertura do mercado norte-americano pode causar crescimento de até 15% nas vendas.

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