São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Custo no país é 2,5 vezes maior

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O efeito da diferença dos juros no Brasil e no exterior altera a taxa de câmbio (preço de conversão entre reais e dólar) para importadores.
Conforme o vice-presidente da Nossa Caixa-Nosso Banco, Joaquim Elói Cirne de Toledo, "o efeito final equivale a um desconto nos preços dos importados de aproximadamente 20%".
Na prática, portanto, o produtor local não disputa seu mercado com um importado em que a taxa de conversão é quase de R$ 1,00 por US$ 1,00, mas entre US$ 1,00 por R$ 0,81.
No Brasil, as empresas sofrem um custo financeiro médio de 3% ao mês ou o equivalente a 42,58% ao ano. No exterior, as linhas de financiamento estão cotadas a 8,2% ao ano mais a variação cambial (prevista em 8%). Assim, o custo no Brasil é aproximadamente 2,5 vezes maior.
Além do custo mais elevado, lembra Flávio Castelo Branco, da CNI, os prazos no Brasil são mais curtos, enquanto, no exterior, podem chegar até um ano.
A diferença de juros "barateia" a importação, mas também ajuda o exportador. De tal maneira que, feitas as contas, o câmbio para o exportador está em R$ 1,0974 por US$ 1,00.
"Em ambos os casos, o diferencial é imenso", diz Toledo, para completar afirmando que, por conta disso, os setores mais afetados são justamente os que cresceram no Brasil com a política de substituição de importações.
Toledo lembra, porém, que o governo pode reduzir o impacto desse diferencial adotando políticas setoriais ou limitando o acesso ao crédito externo. (JCO)

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