São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Leilão da Light anima a Bolsa paulista

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dicas
1 Quem aposta no sucesso do Real e tem dinheiro disponível, deve aplicar em ações
2 Os analistas sugerem a aplicação de 20% dos recursos, mas pelo prazo de dois anos
As Bolsas fecharam em alta. A Bolsa paulista subiu 1,71% e movimentou R$ 510,655 milhões -o maior volume desde 29 de fevereiro deste ano.
Ontem, o mercado apostou no sucesso do leilão de hoje da Light.
Os estrangeiros voltaram a atuar. E mesmo ações de segunda linha (que reúne as principais empresas privadas) tiveram um bom desempenho, ontem.
O processo de alta teve um catalisador: a Telebrás. Por conta do resultado excepcional do balanço deste primeiro trimestre, as ações da empresa, nos últimos dez dias, subiram 12,9%. No mesmo período, a Bolsa (com Telebrás incluída) subiu 9,7% e, sem ela, aproximadamente 6%.
Em Bolsa, interessa o fluxo. Se tem dinheiro, as ações sobem. E tem dinheiro novo chegando.
Mesmo os analistas mais pessimistas com o cenário econômico, sabem obedecer essa regra. E como um cavalo passando. Não se fica na frente (para não ser atropelado), ou se sobe ou se deixa passar.
E para muitos analistas o momento do Plano é delicado.
A economia explodiu até março do ano passado. De março a setembro de 1995, por conta das restrições impostas pelo BC (Banco Central), entrou em parafuso. Desde lá, com o BC desapertando o torniquete, a economia está em leve recuperação.
Mas, agora, só a manutenção de uma política de queda dos juros é capaz de sustentar a recuperação.
Logo, a bola voltou ao BC. Chegou a hora de optar entre um maior crescimento, que sempre envolve o risco de piorar as contas externas, ou o contrário, que significa quebrar mais empresas.
Ontem, não por acaso, alguns bancos foram doadores de dinheiro, apostando que a queda de popularidade, em ano eleitoral, vai acabar produzindo também nova queda dos juros.
Mas, por enquanto, o BC tem dado sinais opostos -o de manutenção da atual política.
Ontem, anunciou que vai vender mais R$ 1,7 bilhão em títulos na virada do mês e, por duas vezes, tomou dinheiro emprestado no over.(JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA)

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