São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Itália prende mafioso mais procurado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Itália anunciou ontem a prisão de Giovanni Brusca, 36, o mais procurado dos mafiosos. Ele é acusado de ter participado do atentado a bomba que matou o juiz Giovanni Falcone, em 1992.
Vincenzo, irmão dele, também foi capturado na operação. Brusca foi preso em Cannatello, um balneário da Sicília, ilha que fica no sul do país e que serve de sede para a Cosa Nostra.
Eles estavam com as mulheres e três filhos, na casa em que moravam e não ofereceram resistência. O lugar estava vigiado pela polícia havia vários dias.
O ministro da Justiça, Giovanni Maria Flick, elogiou a ação: "É uma operação que premia o profissionalismo das forças da ordem e a capacidade com que conduziram as investigações".
Desde a prisão de Salvatore "Totó" Riina e de seu cunhado Leoluca Bagarella, Brusca se tornou o principal objetivo da polícia italiana. Na última sexta-feira, Brusca e Bagarella foram condenados a prisão perpétua pela morte de um cobrador de impostos.
Ele também é acusado de ter estrangulado um menino de 11 anos, filho de um colaborador da Justiça, e dissolvido seu corpo em ácido, ano passado.
Brusca é acusado por procuradores de Florença (centro-norte) de haver planejado uma série de atentados em Roma, Florença e Milão, em 1993.
Segundo a polícia, foi Brusca quem apertou o botão que, à distância, detonou a bomba no carro de Giovanni Falcone, em 23 de maio de 1992, matando o juiz, sua mulher e três guarda-costas. Falcone era um dos mais atuantes juízes contra a Máfia na Itália.
O mafioso preso ontem é filho de Bernardo Brusca, "patriarca" do vilarejo siciliano de Iato e um dos principais nomes da Máfia italiana. A Justiça acha que Giovanni substituiu o pai no comando da organização na cidade.
A família Brusca foi responsável por esconder Riina e Bagarella durante várias semanas, quando eles fugiam da polícia.

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