São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996 |
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Cinema estimula o mercado de discos
ELVIS CESAR BONASSA
Com o nome de Cine Natasha, abriu o catálogo com a trilha de "O Quatrilho" (Fábio Barreto), lançou ontem "Mil e Uma" (Suzana Moraes) e prepara "Tieta" (Cacá Diegues). A trilha de "Tieta", criada por Caetano Veloso, é a primeira grande aposta da gravadora na área. Nesse caso, a Natasha não se limita a lançar o CD com as músicas. Mais do que isso, é responsável pela produção da própria trilha. Está integrada ao projeto do filme. A integração ao projeto cinematográfico, desde o início, permitiu à Natasha obter recursos de patrocínio para a trilha de "Tieta", o que abre a possibilidade de lances mais altos. Em vez de ficar na casa dos 10 mil CDs de tiragem inicial, a gravadora vai sair com 100 mil cópias, com lançamento no segundo semestre. "Acho que os gastos podem chegar a uns R$ 400 mil", diz Paula Lavigne. A atriz, mulher de Caetano Veloso, é a mais nova sócia da Natascha. Entrou na sociedade há uns seis meses. O negócio começou exatamente com "O Quatrilho". "Quando o Caetano fez a trilha de 'O Quatrilho', não houve grande interesse da Polygram, a gravadora dele, em lançar o CD. Mas eles disseram que não haveria problema em lançar por uma gravadora independente", conta Paula. Ela já conhecia Conceição Lopes e Felippe Lierna, donos da gravadora. Acertou o projeto com eles. Depois de "O Quatrilho", começou a ser acertada a sociedade. A trilha de "O Quatrilho" vendeu 25 mil cópias. Embora uma trilha de grande sucesso nos Estados Unidos supere em muito essa marca, a Natascha considera um bom nível de vendagem para um produto independente, novo no mercado brasileiro. "O crescimento do mercado de trilhas vai acompanhar o crescimento do cinema nacional", diz Felippe Lierna. Mil e Uma Na noite de anteontem, foi feita uma festa no Terraço Itália (região central de São Paulo) para o lançamento do filme "Mil e Uma", o primeiro longa-metragem de Suzana Moraes, e da trilha sonora. As músicas foram criadas por Péricles Cavalcanti. As interpretações contam com as participações especiais de Arrigo Barnabé, Adriana Calcanhoto e Arnaldo Antunes. Segundo Conceição Lopes, os gastos com a trilha de "Mil e Uma" são bem mais baixos do que "Tieta" -ficaram em torno de R$ 15 mil. A razão disso é que a produção da trilha já estava pronta quando a Natasha entrou. Ela se limita a lançar o CD, com uma tiragem inicial de 10 mil cópias. Para os próximos lançamentos, a Natasha está negociando a trilha de "Quem Matou Pixote", direção de José Joffily e "Buena Sorte" direção de Tania Lamarca. Texto Anterior: Maria Ercilia debate no Universo Online; Paulo Coelho concorre ao prêmio Flaiano Próximo Texto: Herchcovitch traz simplicidade niilista Índice |
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