São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Cibernética predomina no CD
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
Chico sai perdendo. Seu primeiro disco era mais pop, mais fluente e mais encorpado que o correspondente do Mundo Livre. Busca agora a aspereza em vocais rascantes e em intensidade sonora que nunca dá fôlego aos ouvidos -parece rock industrial, não música de cibercaranguejo. O pop das velhas "A Cidade" e "A Praieira" não diz presente desta vez. Apenas se insinua em "Maracatu Atômico", decana composição de Jorge Mautner que aparece em excessivas quatro versões. Science firma-se como versão jovem e furiosa de Gilberto Gil. Torna eletrônico, quase cibernético, o maracatu acústico de Mautner. Isso acaba por constituir o desbalanço do CD -samba, maracatu e psicodelia o frequentam mais em discurso que de fato. Por outra, Chico continua mais preciso que Fred. Sua sonoridade é mais compacta e cerebral; as letras psicodélicas corcoveiam em surrealismo e evitam a simplicidade quase infantil que ronda o amigo. Quando mergulha mesmo no mangue lodoso é que Chico mostra quem é. "Macô" e "Corpo de Lama" chegam a se aproximar do que o movimento pretende ser -e que nem sempre consegue. (PAS) Texto Anterior: Chico Science busca maracatu psicodélico Próximo Texto: Músicas indígenas compõem o show 'Ihu', até domingo em SP Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |