São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996
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Argentina suspeita de crimes de guerra

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Argentina pediu ontem ao Reino Unido uma investigação sobre supostos crimes de guerra cometidos por britânicos durante a Guerra das Malvinas (1982)
O chanceler Guido di Tella disse, pouco antes de embarcar para uma visita ao Brasil, que pediu a Londres que "confirme ou desminta" os crimes, cuja existência foi apontada em um novo livro de ex-combatentes britânicos.
"Green Eyed Boys" (Garotos de Olhos Verdes) relata o assassinato de um soldado argentino pelo cabo britânico Gary Sturge, em 11 de junho de 1982. O crime teria sido presenciado por 12 testemunhas.
Segundo o livro, o soldado morreu pedindo clemência e agitando um crucifixo, após ser capturado em uma batalha.
O livro foi escrito por Adrian Weale e Christian Jennings.
Ano passado, uma comissão do Reino Unido foi à Argentina investigar os supostos crimes de guerra. Outros veteranos britânicos já haviam denunciado a existência de abusos contra argentinos.
A Argentina ameaçou deixar as negociações sobre pesca e exploração de petróleo na região caso os habitantes das ilhas levem adiante sua idéia de buscar a independência do arquipélago.
A idéia de os habitantes das Malvinas ficarem independentes do governo britânico foi sustentada ontem pelo governador das ilhas, Richard Ralph, que a espera para "um futuro distante".
Pedido à ONU
O conselho legislativo enviou ao Comitê de Descolonização da ONU um relatório pedindo a independência, mas dificilmente o órgão vai analisá-lo em sua próxima reunião, em junho.
Os argentinos temem que a reivindicação por autonomia derrube seu argumento de que as ilhas Malvinas fazem parte do território argentino.
Argentina e Reino Unido entraram em guerra quando o então regime militar argentino decidiu invadir as Malvinas para se apossar do arquipélago, reivindicado desde o século passado.
Londres reagiu e enviou tropas que venceram facilmente os argentinos, menos preparados e equipados. A Argentina se rendeu após 74 dias de guerra.

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