São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996 |
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Governo britânico ameaça 'paralisar' União Européia
IGOR GIELOW
O premiê britânico, John Major (Partido Conservador), disse ontem no Parlamento que, "se não há boa vontade da parte dos parceiros europeus, não haverá reciprocidade do Reino Unido". O primeiro alvo da reação britânica, segundo Major, será a Conferência Intergovernamental -uma série de reuniões que estão redefinindo estruturas da UE prevista para acabar no ano que vem. A obstrução britânica pode ser por vetos, poder que os países-membros têm em algumas ocasiões, ou por omissão em reuniões que precisem de consenso. É a posição mais dura do Reino Unido frente à Europa desde que Margaret Thatcher, antecessora de Major, lançou e venceu um debate público para justificar a redução das contribuições à UE, em 1981. 'Vaca louca' O veto europeu, que atingiu todo o mercado mundial porque a carne britânica precisa do aval da UE para ser vendida, foi definido em 27 de maio por medo de contaminação pela doença da vaca louca. Uma semana antes, Londres havia confirmado a possibilidade de a doença, que mata o gado por degeneração do sistema nervoso, ser ligada à sua similar humana por meio do consumo de carne infectada. Para a Organização Mundial da Saúde, a carne é segura, e o contágio, teoricamente possível. A reação de John Major veio após a manutenção do veto, determinada anteontem na comissão veterinária da UE. Alemanha e Holanda lideraram a oposição. Fortes dentro do Partido Conservador, os "eurocéticos" (contrários às políticas da UE) cobravam posições mais firmes de Major desde a decretação do embargo. Ele precisa unir o partido para as eleições do ano que vem -que, segundo pesquisas, seriam vencidas hoje pela oposição trabalhista. Texto Anterior: Os reis dos animais Próximo Texto: Unionistas lançam ataque a John Major Índice |
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