São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996
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Origem da informação; Livros didáticos; Parentesco e autoria; Ingratidão; Lição de casa

Origem da informação
"Na edição de 17/5 foi publicada reportagem de responsabilidade do jornalista Fernando Paulino Neto sob o título 'Procuradoria suspeita que BC sabia da situação do Nacional'.
No texto da reportagem, o jornalista afirma que a Procuradoria da República suspeita que todos os documentos que resultaram na decretação do Raet no Banco Nacional e na proposta de compra do banco pelo Unibanco foram feitos pela mesma pessoa, usando o mesmo computador.
A reportagem dá a entender que essa informação teria sido prestada por mim ao deputado federal Milton Temer.
Desejo esclarecer que jamais fiz tal tipo de afirmação ao ilustre deputado ou a qualquer outra pessoa. Aos autos do procedimento administrativo que investiga o assunto, os quais se encontram sob minha responsabilidade, não foi facultado o acesso a qualquer pessoa estranha aos quadros do Ministério Público Federal. Logo, também não foi com base nos documentos que instruem esses autos que alguém pôde fazer tal tipo de comparação.
Os únicos comentários que fiz acerca das questões que envolvem o caso Nacional/Unibanco são os que constam do relatório preliminar que encaminhei ao referido parlamentar, em atendimento a pedido de informações por ele formulado e que já foi objeto de divulgação por este conceituado jornal.
Eu sempre assumo os meus atos; mas não aceito que me sejam atribuídas declarações que jamais fiz."
José Leovegildo Oliveira Morais, procurador da República (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fernando Paulino Neto - As informações sobre as suspeitas da Procuradoria não foram fornecidas à Folha pelo procurador José Leovegildo Oliveira Morais.

Livros didáticos
"A propósito da reportagem 'Editoras vão à Justiça contra o MEC', publicada na Folha de 21/5, gostaria de prestar os seguintes esclarecimentos:
1) O que declarei à jornalista Daniela Falcão, em entrevista por telefone, foi que estávamos aguardando os laudos da FAE para tomarmos providências no sentido de corrigirmos os erros apontados em alguns de nossos livros ou de contestá-los em seu mérito. Naturalmente, portanto, referi-me a providências editoriais ou didáticas -jamais jurídicas;
2) Em nenhum momento a editora nem sequer cogitou entrar na Justiça contra a FAE ou o MEC quanto ao sistema de avaliação dos livros didáticos;
3) Não somos aprioristicamente contrários ao sistema de avaliação da FAE/MEC;
4) Prova inequívoca disso é o fato de termos retirado imediatamente de catálogo alguns dos livros que julgamos apresentar erros, de acordo com o apontado pela avaliação da FAE."
José Bantim Duarte, diretor editorial da Editora Ática (São Paulo, SP)

Parentesco e autoria
"Fui surpreendido com nota publicada pela Folha em 15/5 no 'Painel'.
Sob o título 'Crise sem fim', a referida nota atribui a mim a autoria do documento 'A exigência de uma estratégia de desenvolvimento social para o Brasil: o papel e o lugar da Comunidade Solidária', que foi entregue ao presidente da República no dia 6 de maio de 1996 por todos os conselheiros presentes à 8ª Reunião do Conselho.
A primeira versão do texto (datada de 1º de abril de 96) contou com a participação de sete conselheiros. Houve depois uma segunda versão (de 15 de abril) e, finalmente, uma terceira (de 29 de abril).
Coordenei a ampla discussão do referido texto, incorporando, nessa última versão, emendas e sugestões de mais de 80% dos membros do conselho.
Portanto, creio que não seria correto dizer que eu sou o autor do documento. A nota afirma ainda que o documento 'pede o fortalecimento da secretaria-executiva do programa', para concluir com a frase: 'Ele é primo da secretária Anna Peliano'.
Ora, o documento, já desde a sua primeira versão, apresenta, entre muitas outras sugestões, a proposta de fortalecimento do Comunidade Solidária como um todo. Mas a dra. Anna Maria Peliano, titular dessa Secretaria, não é minha prima, em qualquer grau.
Recentemente descobrimos, por meio do conselheiro André Sptiz, de Furnas, que temos, a dra. Anna e eu, um primo em comum no Rio de Janeiro, por relação, até então desconhecida para ambos, de contraparentesco cruzado, por meio do marido de uma de minhas tias por parte de pai.
Portanto, a insinuação da nota do 'Painel' não corresponde aos fatos."
Augusto de Franco, integrante do conselho do Programa Comunidade Solidária (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Ingratidão
"O sr. Benito Gama foi o dono da piada em 20/5. Disse que não acredita em pesquisas não-governamentais!!??
Senhor Benito, pode ficar tranquilo que o seu presidente está muito bem nas pesquisas entre os banqueiros, usineiros e ruralistas.
O povo está cada vez melhor, mas é muito ingrato, não é mesmo?"
Ivo Samel (Campinas, SP)

Lição de casa
"Quando se estuda sanitarismo aprende-se que a saúde do povo está ligada, antes de tudo, à percepção de proventos que permitam acesso a uma qualidade adequada de vida.
Que tal, para realmente melhorar a saúde no Brasil, começarmos aumentando o salário mínimo, digamos, para R$ 200?"
Francisco de Paula Soares Filho (Curitiba, PR)

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