São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996
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FHC quer cortar vantagens dos servidores públicos

Assessoria prepara medida contra gasto

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A assessoria do presidente Fernando Henrique Cardoso prepara um corte de vantagens dos servidores públicos, como alternativa para reduzir gastos com os inativos da União.
Diante da resistência do Congresso em cortar o que o governo chama de "privilégios", FHC encomendou o estudo de medidas que reduzam o custo das aposentadorias no setor público, que consomem cerca de 40% da folha de pagamentos.
Vantagens como o percentual de produtividade oferecido ao servidor da ativa e automaticamente repassado atualmente aos aposentados estão com os dias contados. A medida não precisa de aval do Congresso e pode sair por decreto.
A reação do governo à derrota de anteontem não prevê retaliações aos parlamentares infiéis -26,26% do PFL, 28,87% do PMDB, 23,53% do PSDB e 34,88% do PPB. Ainda assim, os governistas prometiam ontem que eles sofrerão marcação cerrada.
FHC vai tentar contar com parte dos dissidentes de anteontem nos futuros testes que a reforma da Previdência ainda terá pela frente.
A ordem é avançar, ao máximo, no corte de "privilégios" nas aposentadorias do setor público. "Não posso ficar ressentido com uma coisa que faz parte do jogo democrático", disse o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos).
Eleições
O maior pesadelo que o governo enfrenta na base de apoio atende pelo nome de eleições municipais. Dos aliados que derrotaram o governo, 63 são pré-candidatos a prefeitos, temerosos em perder votos em suas bases eleitorais.
Foram 12 os deputados mineiros governistas que ficaram contra o governo esperando por vantagens à empreiteira Mendes Júnior.
Seis deputados do Acre de partidos aliados usaram seus votos para pressionar a indicação do novo superintendente do Incra no Estado.
Eles não terão os pedidos atendidos para mudar de voto. No caso do Acre, a decisão caberá ao ministro de Política Fundiária, Raul Jungmann. Os mineiros terão que aguardar a discussão técnica.
A estratégia de FHC não levou em conta a hipótese de retirada da emenda da Previdência do Congresso.
A proposta foi levada ao presidente numa reunião no Palácio da Alvorada, quarta à noite.

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