São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996 |
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Senado autoriza governo a iniciar Sivam
LUCAS FIGUEIREDO
O Palácio do Planalto conseguiu driblar a crise que ronda o projeto há seis meses e ontem obteve autorização do Senado para tirar o Sivam do papel. Por 47 votos contra 13, o Senado aprovou o pedido do governo que viabiliza o empréstimo externo para financiar o projeto orçado em US$ 1,4 bilhão. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), presidente da supercomissão que investigou e avalizou o Sivam, se absteve de votar. Há cinco meses, ACM fez denúncias contra o projeto e chegou a dizer que o Sivam estava "morto". O senador disse que continua sendo contrário à proposta, mas não poderia "bater" no governo depois de o Palácio do Planalto já ter sido derrotado anteontem na reforma da Previdência. Críticas O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou os trabalhos da supercomissão: "A supercomissão foi míni. Foi uma manobra para se evitar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)". "O projeto é importante, mas notoriamente irregular", afirmou Josaphat Marinho (PFL-BA). O governo calcula que os trabalhos terão início dentro de um mês -período necessário para obter a liberação dos recursos junto ao banco oficial norte-americano Eximbank, principal credor. Dados O Sivam é um sistema de vigilância dos espaços aéreo e terrestre da Amazônia por intermédio de radares e satélites. O sistema também irá colher dados sobre biodiversidade, recursos minerais e reservas indígenas. A crise do projeto começou em novembro do ano passado, quando "vazou" para a imprensa escuta feita pela Polícia Federal na conversa telefônica entre o então chefe do cerimonial do Palácio do Planalto, Júlio César Gomes dos Santos, e o representante da Raytheon, José Affonso Assumpção. Na conversa, Gomes dos Santos perguntava a Assumpção se a Raytheon não havia pago propina ao senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) para apressar o andamento do Sivam no Senado. A empresa norte-americana Raytheon, escolhida durante o governo Itamar Franco, vai ser a fornecedora dos equipamentos do projeto. O Ministério da Aeronáutica irá gerenciar o Sivam, em substituição da Esca -empresa nacional afastada do projeto por fraudes na Previdência. Texto Anterior: ONGs farão protesto contra FHC em Paris Próximo Texto: Senado quer proibir a reedição de MPs e ampliar sua validade Índice |
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