São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996
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Candidatura Serra deve ser definida hoje

CARLOS EDUARDO ALVES

CARLOS EDUARDO ALVES; GABRIELA WOLTHERS
DA REPORTAGEM LOCAL

FHC e Covas se reúnem Brasília para discutir o futuro do ministro; governador paulista pressiona PFL

GABRIELA WOLTHERS
A candidatura do ministro José Serra (Planejamento) à Prefeitura de São Paulo, pelo PSDB, deve ser definida hoje em reunião, em Brasília, entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Mário Covas.
"Farei essa ponderação também ao presidente da República", afirmou Covas ontem, referindo-se ao apelo que fez para Serra concorrer, durante reunião com o ministro no Palácio dos Bandeirantes.
Covas pela primeira vez fez a defesa enfática e pública da candidatura Serra. O ministro não quis falar sobre eleição, mas também de maneira inédita não descartou liminarmente a hipótese.
Reavaliação
Serra está reavaliando sua posição e tende a ser candidato. Os tucanos paulistas já trabalham com a quase certeza do sim.
"Existe um sentimento generalizado aqui e na área federal sobre isso", disse Covas sobre a pressão que os tucanos fazem sobre Serra.
Está sendo dito ao ministro que o PSDB precisa ter um nome forte na disputa pela prefeitura da principal capital do país, o que só ocorrerá se ele aceitar concorrer.
Serra ainda não se decidiu, mas em conversas reservadas já aceita discutir a possibilidade de deixar o Ministério do Planejamento.
O ministro teme ser responsabilizado, se não aceitar a candidatura, por uma provável desempenho pífio do partido em São Paulo.
Mas ele também avalia que FHC poderá sofrer um desgaste político caso um ex-ministro seu dispute a prefeitura e não saia vitorioso.
Ainda mais que Serra é um dos políticos mais ligados ao presidente da República.
Segundo o ministro afirmou a interlocutores, FHC é contra a sua candidatura.
PFL
Covas decidiu pressionar o PFL paulista, que marcou para hoje o anúncio do apoio ao candidato do PPB à prefeitura, Celso Pitta.
"Se não tiver candidato próprio, o lógico é o PFL nos apoiar", declarou Covas. O governador e Antônio Cabrera, presidente do PFL paulista, poderiam discutir o assunto ontem à noite, mas dificilmente haverá reversão na tendência de coligação com Pitta.

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