São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996
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Editor trata assunto como questão moral

LUCIA MARTINS
EDITOR TRATA ASSUNTO COMO QUESTÃO MORAL

O presidente das editoras Ibep e Nacional, Jorge Yunes, 60, afirma que o MEC foi leviano ao divulgar apenas o nome de um de seus livros como exemplo de um dos que constam na lista de reprovados.
Segundo Yunes, sua editora se dispôs a fazer as correções em 24 horas, mas o MEC se negou a oferecer esse prazo.
O livro "Eu Gosto de Ciências - Programa de Saúde/4ª série", da Nacional, foi citado pela FAE (Fundação de Assistência ao Estudante) como tendo 12 erros de conteúdo.
"Isso para mim virou uma questão moral. Eles não me enviaram laudo algum com os problemas dos livros. Trataram-me como se eu fosse um aventureiro no mercado. Nosso trabalho é sério. O que queremos é que eles divulguem toda a lista."
Yunes afirma que não "entrou na briga contra o governo" porque tem medo de perder o mercado de livros didáticos, mas porque se sentiu "desrespeitado".
Segundo ele, a venda de livros didáticos para o MEC representa apenas 20% do total de livros vendidos pelas duas editoras.
"A maior parte dos meus livros é vendida em livrarias. Não preciso vender para o governo, mas acho que meus livros têm qualidade."
Ibep/Nacional
Yunes criou o Ibep há 33 anos e comprou a Nacional em 1980, em uma concorrência pública.
A editora Nacional pertencia a Monteiro Lobato e, depois que ele morreu, passou para o domínio do governo. Segundo Yunes, as duas editoras juntas têm cerca de 700 títulos no mercado, a metade de livros didáticos.
Ele não diz o número de livros vendidos, mas afirma que "o grupo é um dos maiores do mercado".
Yunes foi secretário de Cultura na gestão Jânio Quadros e presidente do PPR. Hoje é secretário-geral do partido.
Versão
SP Segundo Yunes, a versão do livro "Eu Gosto de Ciências - Programa de Saúde/4ª série" que foi produzida para o governo de São Paulo para ser usada no ano que vem é completamente diferente da versão nacional e não contém os erros apontados pelo MEC.
(LM)

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