São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996
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Associação diz que lucro vem de livrarias

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os outros 70 milhões são divididos entre vendas em livrarias (20 milhões) e distribuição a professores (50 milhões), para que eles escolham as obras que adotarão.
Apesar de o governo ser o maior comprador, as editoras garantem que só sobrevivem graças às vendas em livrarias.
Segundo Wander Soares, vice-presidente da Abrelivros (Associação Brasileira de Editores de Livros), um livro de primário é vendido para o MEC por um preço médio de R$ 3. A mesma obra, em uma livraria, custa R$ 15.
"A vantagem de vender para o governo é que, como a compra é grande, o livro fica popular. E o pagamento é imediato", afirmou Soares.
Mesmo dizendo que seus lucros não vêm do governo, a Abrelivros critica a exclusão dos livros com erros do catálogo do MEC.
"Somos absolutamente favoráveis à avaliação, mas o MEC errou feio. As editoras foram informadas sobre o resultado final da avaliação de forma atabalhoada, e não houve direito de resposta."
Para Soares, livros que continham erros de desatualização -por exemplo, colocando o senador José Sarney (PMDB-AP) como presidente da República- não precisavam ser retirados da lista.
"Estão subestimando a importância do professor. Entre o livro e aluno está a figura do professor. Ele tem a obrigação de corrigir erros menores e atualizar nomes de presidentes", disse Soares.
A Abrelivros reúne 22 editoras de livros didáticos e domina 94% do mercado.
O MEC gasta anualmente cerca de R$ 226 milhões com a compra de livros didáticos. O setor é considerado mais lucrativo que o de livros não-didáticos, por causa das grandes tiragens.
A tiragem média de um título didático é de 40 mil exemplares. Um livro normal tem tiragem média de 3.000 exemplares.
(DF)

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