São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia prende 4 acusados de mortes

CRISTINA RIGITANO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A polícia prendeu quatro supostos integrantes da quadrilha que matou o engenheiro da Light Anísio José Pires de Carvalho, 48, e feriu o comerciante Sergio Guedes da Silva, sexta-feira, no Rio Comprido (zona norte do Rio).
Segundo a polícia, eles também estariam envolvidos nos assassinatos de Vanyr Pereira Costa, 40, e Maria José Soares de Oliveira, a Mazé, 42. Os dois corpos foram abandonados na Tijuca (próximo ao Rio Comprido), em dois carros.
Os quatro foram presos terça-feira, no morro do Zinco, Tijuca, e levados para a 6ª DP, Cidade Nova (centro do Rio).
Na delegacia, Luiz Delgado Rial, o Vareta, 24, confessou ter assassinado o engenheiro. Filho de um comerciante de classe média, ele disse ter se tornado criminoso depois de perder o emprego, há um ano e meio.
Os outros presos são Marcelo Bastos Fernandes, o Ratinho, e os irmãos Cristiano Ferreira de Carvalho, 19, o Mijão, e Raimundo Ferreira de Carvalho Filho, 24, o Careca. Segundo a polícia, Careca é gerente do tráfico no morro do Zinco, e os outros dois, soldados.
Careca é condenado a 13 anos de prisão por roubo de carro. Ele estava foragido, havia dois meses, do presídio Plácido Sá Carvalho, em Niterói, onde cumpria pena em regime semi-aberto.
Vareta contou que roubava peças de automóveis para vender na favela. O tráfico permitia a atividade em troca de favores, como transportar cadáveres.
Ele diz que foi obrigado por Careca e Elcio do Bode, supostos chefes do tráfico no Zinco, a "desovar" (abandonar) os corpos das duas mulheres.
Ele e um amigo, identificado como Júlio, o Preto, teriam visto Careca e Elcio do Bode matarem Mazé, com quatro tiros de fuzil, na madrugada de sexta-feira, no alto do morro.
O corpo de Mazé foi encontrado na rua Campos Sales, Tijuca, no porta-malas do Vectra vermelho LAX 5264, roubado na Praça da Bandeira por Vareta e Preto.
Na mesma rua, a dupla roubou o Kadett branco LAD 8149, de Maria Helena Gallo. O carro foi usado para abandonar o corpo de Vanyr, na sexta-feira, na Tijuca. Vanyr foi morta com 15 tiros, supostamente por ser informante da polícia.

Texto Anterior: Polícia detém 1 por engano
Próximo Texto: TCE questiona compra para polícia
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.