São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
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Senadores defendem mudanças radicais

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado quer começar do zero a discussão da reforma da Previdência.
Os líderes dos partidos do governo e da oposição querem aprovar um substitutivo ao projeto da Câmara que promova uma reforma radical do sistema previdenciário.
O líder do governo, Elcio Alvares (PFL-ES), disse que não há compromisso do Senado em restabelecer o projeto original do governo ou o do relator Michel Temer (PMDB-SP), que está sendo desfigurado nas votações da Câmara.
"Aqui temos de mudar tudo. Temos que acabar com todos os privilégios que estão sendo mantidos na Câmara", disse.
O problema será definir o que é privilégio. Ele não sabe, por exemplo, se o Senado acabará com o Instituto de Previdência dos Congressistas, que garante aposentadoria proporcional a parlamentares após oito anos de mandato.
Fator Sarney
Os líderes querem que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), comande as negociações. Ele chegou ontem do Canadá, onde participou de uma reunião de ex-presidentes. Disse que vai passar o fim-de-semana examinando o assunto.
Na próxima terça-feira, Sarney se reúne com lideranças partidárias para definir a estratégia de ação, relatoria e prazos. Alvares avalia que a tramitação da reforma da Previdência no Senado vai demorar dois meses.
Sistema único
Eles vão discutir a possibilidade de a proposta de emenda do senador Roberto Freire (PPS-PE) -previdência única para todos os trabalhadores até dez salários mínimos- servir de ponto de partida para o debate.
Os senadores reclamam que seu papel tem sido referendar as decisões da Câmara, sem poder alterar as propostas de emenda constitucional ou projetos de lei de interesse do governo aprovados pelos deputados.
"Todos se queixam de que o Senado vive a reboque da Câmara", disse Alvares. Para o Senado, essa é a chance de recolocar a Casa no creapresentar no Senado a proposta de emenda do deputado Eduardo Jorge (PT-SP) -previdência única para todos os trabalhadores, com prazo maior de transição para as novas regras-, mas diz que pode negociar uma reforma radical do sistema.a

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