São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo busca acordo para telefonia

Líder no Senado busca evitar atritos entre PSDB, PFL e PMDB

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES), encontrou uma forma de evitar atritos entre os três maiores partidos da base governista no Senado (PMDB, PFL e PSDB) por causa do projeto que regulamenta a abertura da telefonia ao capital privado.
A solução encontrada por Alvares é fazer com que o projeto seja analisado por três comissões técnicas do Senado antes de ser votado pelo plenário.
Desta forma, senadores dos três partidos poderão relatar a matéria.
O líder do PFL, Hugo Napoleão (PI), ex-ministro das Comunicações no governo José Sarney, será relator na Comissão de Infra-Estrutura do Senado.
Ele queria ser o relator da matéria na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e ficou contrariado com a indicação de Ney Suassuna (PMDB-PB) para a função.
Queixas
O partido do presidente Fernando Henrique Cardoso, o PSDB, que se queixa de nunca relatar matéria importante, poderá designar o relator na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).
"Dessa forma, poderemos acomodar todos os partidos da base governista. E é uma maneira de valorizar o PSDB", afirmou o pefelista Alvares.
Bate-boca
Na Câmara, o projeto da telefonia celular provocou divergências entre o PSDB e PFL.
O PFL queria abertura total do setor ao capital externo. O PSDB pretendia impor algumas restrições a essa entrada.
A disputa acabou acirrando o bate-boca entre os líderes dos dois partidos -José Aníbal (PSDB-SP) e Inocêncio Oliveira (PFL-PE).
Os deputados já haviam se desentendido e trocado insultos após a nomeação do peemedebista Luiz Carlos Santos para o Minsitério de Assuntos Políticos.
Depois da crise entre os líderes, os dois partidos acabaram por definir um acordo e prevaleceu a posição do PSDB -a mesma pleiteada pelo governo-, de manter 51% do setor nas mãos de empresas nacionais.
Relatoria
Desde que o projeto chegou ao Senado, Napoleão pleiteou a relatoria e disse que começaria a negociar com o ministro das Comunicações, Sérgio Motta.
Cabia ao presidente da CCJ, Iris Rezende (PMDB-GO), designar o relator na comissão.
Alegando que Napoleão não é membro titular, ele escolheu Ney Suassuna. A senadores do partido, Iris disse que não via motivos para que o PMDB abrisse mão do cargo.

Texto Anterior: Força vai entregar apelo a Maciel 2ª
Próximo Texto: Juiz decreta prisão de dono de jornal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.