São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
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Maluf derrota Covas e se coliga com PFL

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Paulo Maluf (PPB) aplicou uma goleada no governador Mário Covas (PSDB) e conseguiu o apoio do PFL à candidatura de Celso Pitta à Prefeitura de São Paulo.
Por 36 votos contra uma abstenção (do deputado João Mellão Neto), os pefelistas decidiram ceder ao PPB seus cerca de 13 minutos diários no horário gratuito de TV.
O acordo entre os dois partidos foi fechado há três semanas e só foi remotamente ameaçado pela pressão do PSDB na noite de anteontem pelo PSDB (leia texto abaixo).
"O PFL queria uma proposta concreta e o PSDB não anunciou sua candidatura", afirmou Antônio Cabrera, presidente do PFL paulista, sobre a eventual lançamento do ministro José Serra (PSDB) à prefeitura.
Hipótese remota
A improvável hipótese de retirada do apoio a Pitta depende de os 16 delegados à convenção pefelista do dia 16 de junho optarem pela aliança com o PSDB.
Ocorre que a maioria dos convencionais do dia 16 já votou ontem pela coligação com o malufismo, que dará ao PFL a candidatura a vice-prefeito na chapa que será liderada por Pitta.
Com a certeza do insucesso do cerco dos tucanos ao PFL, Maluf reservou parte de sua agenda da manhã para uma visita à reunião do PFL que deu ao seu candidato os minutos preciosos da TV para a tentativa de superar o grau de desconhecimento de Pitta.
Maluf aproveitou para alfinetar o PSDB. "Converso com o PFL há dois meses e o PSDB estava em cima do muro. Só procuraram o PFL ontem", provocou.
"O ministro deveria ter um recall (lembrança do eleitorado) maior que o de Erundina (do PT) e Rossi (do PDT) e está atrás dos dois", afirmou Maluf.
Demora
Em todas as declarações dos líderes pefelistas, o apoio a Pitta foi atribuído à indecisão do PSDB.
O ex-governador Abreu Sodré foi enfático. "Os tucanos não tentaram conversar. Agora não mudamos mais."
Antes de votar pela coligação com o malufismo, o PFL rejeitou pedido de Mellão para adiar a decisão, para dar tempo de viabilizar apoio a Serra. O deputado só teve a adesão do publicitário Mauro Salles, que seguiu orientação do presidente nacional do partido, Jorge Bornhausen.

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