São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
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Brasil revê financiamento para Mercosul

FERNANDO GODINHO; DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Redução de prazos pode ser revogada para importações do bloco, mas continuará válida para outros países

O Brasil está revendo sua decisão de reduzir o prazo de financiamento de 180 para 30 dias para as importações de têxteis e confecções de seus sócios do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai).
O prazo de 30 dias continuaria válido para países que não estão incluídos no Mercosul -inclusive Coréia do Sul, Taiwan, China, Hong Kong e Panamá, que passaram a ter a remessa de seis tipos de produtos limitada por cotas.
Clima
A redução dos prazos está ainda sendo discutida pela Comissão de Comércio do Mercosul, cujos representantes estão reunidos desde a última quarta em Buenos Aires.
A adoção das cotas para os países do Oriente e Panamá, entretanto, tornou o clima mais adequado para as conversações.
Segundo o embaixador José Botafogo Gonçalves, subsecretário-geral do Itamaraty, esse fato "abre o caminho para o Brasil examinar as medidas que afetam a Argentina e o Uruguai".
Os dois países afirmam que suas exportações de têxteis e confecções para o Brasil estão trancadas. Isso significaria prejuízo de US$ 40 milhões para o Uruguai e de US$ 90 milhões para a Argentina.
Esse cálculo está sendo levado em conta pelo Brasil. Nos últimos anos, acrescentou Botafogo, o Brasil absorveu 30% das exportações desses dois países.
Chile
As negociações para a criação de um acordo de livre comércio entre o Chile e o Mercosul não enfrentam apenas os entraves criados por setores agrícolas chilenos.
Os diplomatas tentam driblar a assimetria de interesses entre Chile e parceiros do Brasil no Mercosul. Segundo Botafogo, a principal questão dessas negociações está na definição de quais as vantagens e condições que cada parte poderá ter para conquistar o maior mercado -o brasileiro.

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