São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
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Acreditando no Senado, Bovespa sobe

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado descobriu que existe o Senado. A reforma da Previdência ressuscitou. Há esperança.
Mais calma, a Bolsa paulista fechou em alta de 1,26%, movimentando R$ 311,637 milhões.
Telebrás foi responsável por mais de 71% dos negócios realizados no mercado à vista.
Dólar e juros tiveram um dia atípico. O dólar comercial (exportações e importações) continuou pressionado -fechou cotado na venda a R$ 0,9964-, por conta do feriado nos EUA na segunda.
Mas o exportador também está retraído. É que, apostam os analistas, o BC (Banco Central) muda a minibanda cambial na próxima semana.
Para o exportador que importa matéria-prima, dizem os analistas, não existe crise.
Por conta do efeito dos juros na taxa de câmbio, a importação custa R$ 0,81 e a exportação paga R$ 1,09. A diferença, de R$ 0,28 em cada US$ 1,00, fica no bolso.
Não é por acaso que, para os analistas, o atual regime brasileiro é descrito como de substituição de produção (local por importações); o oposto do anterior, de substituição de importações por produção local.
Também não é por acaso que, segundo os analistas, só estão investindo as multinacionais. Já têm uma estratégia global definida e, em alguns casos, como no das montadoras, atuam em mercados que gozam de alguma proteção contra a concorrência dos importados.
Os empresários locais, afirmam os analistas, têm medo de investir. Não têm idéia contra quem estarão disputando mercado ou se serão atropelados antes de o investimento maturar.
Mas, ontem, os juros subiram no over. O mercado continua apostando e especulando com uma provável elevação das taxas na transição de maio para junho.
Junho tem menos dias úteis que maio. Logo, em termos nominais, os juros serão mais altos -taxa-over de 3,05% contra 2,65%.
Para a maioria, o primeiro degrau da escada será fabricado pelo BC na próxima semana.

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