São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996 |
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Poema de Poe inspirou Dunning
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Mas esse não foi o motivo por que o poema foi escolhido por Dunning para centralizar a trama de seu romance. "O Corvo" é um clássico da literatura de mistério. O poema foi publicado pela primeira vez em 1844 no jornal "New York Evening Mirror". Em 1845 surgiu como livro na coletânea "The Raven and Other Poems". O texto é narrado por um intelectual frustrado, que ouve alguém bater à sua porta no meio da noite. Quem entra é um corvo, a representação da morte, que responde a todas as perguntas existenciais do narrador com a mesma resposta: "Nevermore" (nunca mais). Edgar Allan Poe explorou em "O Corvo" o método mecânico, onomatopaico, com efeitos sonoros quase hipnóticos, que o caracterizaria como um dos principais poetas americanos do século 19. Mais do que isso, Poe influenciou de maneira decisiva a Baudelaire, Mallarmé e outros mestres da literatura francesa e européia. Poe nasceu em Boston em 1809. Perdeu os pais muito novo e foi criado pelo comerciante John Allan. Mas acabou perdendo a proteção depois da morte da mulher do comerciante. Deu início à trajetória profissional errática com muitas paradas no jornalismo. Em 1836, casou-se com uma prima de 13 anos, que morreu tuberculosa em 1847. Abatido, entrou num processo de autodestruição e morreu aos 40 anos. Além dos poemas, escreveu muitos contos de horror e ensaios. O mais conhecido é "The Philosophy of Composition" (1846) no qual ele explica a racionalidade da composição de "O Corvo". O poema foi filmado duas vezes. A primeira, em 1935, com Boris Karloff e Bela Lugosi nos papéis principais. A segunda, em 1963, dirigido por Roger Corman e com Jack Nicholson e Vincent Price. O poema serviu de mote para música, teatro e pintura. (CELS) Texto Anterior: "Sam Spade dos anos 90" volta sob o signo do corvo Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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