São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
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BOCA DE URNA

CLÓVIS ROSSI

O Partido Trabalhista anuncia o temor de fraude nas eleições pelo fato de ter sido abolida, desta vez, a prática de marcar a cédula de identidade com que o eleitor vota, para evitar que o faça duas vezes.
Fica agora um único controle: risca-se, como no Brasil, o nome do eleitor que votou, na lista de cada colégio eleitoral.
Os trabalhistas só não explicam por que a fraude beneficiaria o Likud e não poderia ser praticada por eles próprios.
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Prova de que a eleição se disputa voto a voto: o kibutz Shefayim vai trazer de avião sete de seus membros que estão em férias no exterior, para votar em favor de Peres.
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O rabino cabalístico Yitzhak Kadoori, líder espiritual do Shas (partido dos ortodoxos sefarditas, judeus orientais), promove farta distribuição de amuletos. Em troca do compromisso de votar no Shas.
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Reação de rabinos ligados a outros partidos religiosos: instalar uma linha telefônica especial para quem quiser pedir dispensa da promessa de votar no Shas. Sem a dispensa, desastres podem acontecer, diz o rabino cabalístico.
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O Meretz, coligação pacifista aliada dos trabalhistas, pediu à Justiça que bloqueasse a distribuição dos amuletos. Entende que é suborno aos eleitores.
O Shas devolve: distribuir camisetas, como o Meretz o faz, também não é?
(CR)

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