São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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FHC sofreu sua pior derrota na Câmara

REINALDO AZEVEDO
COORDENADOR DE POLÍTICA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso sofreu na quarta-feira sua pior derrota. Governistas se uniram à oposição na Câmara para barrar mudanças na Previdência.
O governo não obteve os 308 votos necessários para manter na emenda a idade mínima para aposentadoria de servidores, o fim da aposentadoria especial de professor universitário e o não-repasse a inativos de benefícios concedidos a servidores da ativa.
Momentos antes, FHC dissera a empresários que tomaram Brasília em seus jatinhos -para reclamar dos juros altos e pedir reformas- que não se muda a Constituição "com um peteleco".
O presidente reagiu à traição de seus aliados na Câmara. Mandou seu porta-voz, Sergio Amaral, passar um pito no Congresso e deu um recado: não vai mais barganhar concessões por votos.
O governo aposta agora em que o Senado, mais fiel, restaure pontos que considera essenciais na emenda e já anuncia um casuísmo: vai promover a mudança das regras do jogo para assegurar a vitória.
O Regimento Interno da Câmara deverá ser mudado para limitar a atuação da oposição e apressar a tramitação das emendas que voltarem do Senado para a Câmara.
"Alheamento"
Os empresários que foram a FHC oferecer um misto de protesto e apoio crítico levaram um peteleco do presidente.
"Não há um único indicador que seja preocupante na área macroeconômica", disse FHC.
Um dos empresários, Mário Bernardino, saiu do encontro com a impressão de que o presidente "está vivendo um alheamento em relação à economia real".

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