São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Trânsito de Pequim exige olhos grandes

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Mantenha os olhos bem abertos na hora de dirigir em Pequim (na foto, bicicletas e carros em rua da capital chinesa). O conselho, da boca de um brasileiro que mora na capital chinesa, pode parecer uma infeliz ironia étnica ou uma piadinha de mau gosto. A observação, no entanto, representa a tábua de salvação para enfrentar um dos trânsitos mais assassinos, caóticos e indisciplinados que já vi. Com 2% dos automóveis do planeta, a China responde por 14% das mortes no trânsito. Os motoristas chineses, filhos de um país de bicicletas, dirigem seus carros como se ainda estivessem sobre duas rodas. Para eles, o volante parece uma versão arredondada do guidão. Isso quer dizer que os motoristas pequineses só olham para frente, como costumam fazer os ciclistas. Ignoram espelhos retrovisores e fingem nunca ter ouvido a idéia de preferencial. Saem de uma transversal e entram na via expressa sem diminuir a marcha, como se deslizassem num paraíso de ciclovias. (JAIME SPITZCOVSKY)

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