São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996 |
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Brasília decide empréstimos
ANTONIO ROCHA FILHO
A carência chega a 5 anos, os prazos para pagamento são longos, em média 15 anos, e os juros, baixos (7% ao ano em média). No Brasil, embora a maioria dessas obras seja realizada pelos poderes estaduais e municipais, é o governo federal que decide quais projetos serão enviados aos bancos. Nenhuma prefeitura ou governo obtém empréstimo internacional sem aprovação da Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos). O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Roberto Jaguaribe, secretário-executivo da Cofiex, afirma que a comissão avalia "as condições do mutuário de contrair e pagar o empréstimo, a qualificação técnica do executor, além da exequibilidade do projeto". O projeto precisa estar dentro das prioridades do governo federal, que, como os bancos, prefere obras sociais: saneamento, educação, saúde, transporte, habitação. Segundo as representações do Bird e do BID em Brasília, a exigência básica para a concessão de um empréstimo é que o interessado prove a sua capacidade de pagar o financiamento e de executar as obras. Antes de ser assinado, o contrato precisa passar pelo Senado. As chances de um financiamento ser negado pelo Senado são remotas. A aprovação parlamentar, necessária para dar uma garantia de legitimidade ao processo, é um dispositivo constitucional. O secretário municipal das Finanças de São Paulo, Celso Pitta, afirma que é fundamental que o projeto atenda às normas e prioridades do governo federal e dos bancos. Políticos participam das negociações. "No empréstimo do BID para a canalização de córregos em São Paulo, houve a intervenção do prefeito", diz Pitta. Jaguaribe, da Cofiex, concorda: "Há ingerência política, mas o caráter técnico prevalece". Texto Anterior: Trânsito de Pequim exige olhos grandes Próximo Texto: Como obter um financiamento no Brasil Índice |
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