São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996 |
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Gosto pelo banho diminui com a idade
ROGERIO SCHLEGEL
O gosto pelo banho diminui com a idade. Os mais jovens gastam mais tempo no chuveiro, lavam a cabeça com mais frequência e usam mais cosméticos, segundo a pesquisa Datafolha. "É uma questão de vaidade e de estar disponível, procurando um namorado ou namorada", comenta Waleska Praxedes. "À medida que se fica mais velho, a sedução tem menos importância." Uma em cada quatro pessoas com idade de 16 a 25 anos disse que gasta mais de 30 minutos no banho. Entre os que têm mais de 40 anos, 8% têm esse hábito. Os mais velhos que lavam a cabeça diariamente são 40%, número que sobe para 48% entre os de 26 a 40 anos. Na faixa dos mais novos, esse é o comportamento da maioria (56%). Os jovens batem os grupos mais velhos no uso de todos os produtos pesquisados, com exceção do sabonete. Nesse caso, há empate técnico entre as três faixas de idade. Mulheres à frente As mulheres massacram os homens quanto se trata de cuidados com a higiene. Elas gastam mais tempo, usam mais produtos e têm mais confiança em seu banho. Só perdem quando o assunto é lavar a cabeça -de cada 10 homens, 7 fazem isso todo dia; entre as mulheres, apenas 2 têm o mesmo hábito. O cabelo curto, predominante no homem, explica o resultado. O levantamento Datafolha também apontou que 1 em cada 4 homens não usa xampu. "Não há como negar que a mulher é mais preocupada com a higiene e a beleza", consente o agropecuarista Cássio de Oliveira, 40. "Mas o interesse do homem por essas coisas tem crescido", afirma ele, que lava o rosto com água Evian, usa hidratante no corpo e, uma vez por semana, lança mão de um esfoliante para renovar as células da pele. Influência da renda O comportamento e as opiniões variaram pouco entre grupos de rendas diferentes. Os percentuais foram muito próximos na frequência de banhos e na avaliação dos cuidados pessoais e do brasileiro em geral com a higiene. Os mais ricos, com renda acima de 20 salários mínimos, disseram lavar a cabeça com mais frequência e gastar um pouco mais de tempo no chuveiro. "O gosto pelo banho não é um privilégio de classe no Brasil", afirma Oliveira. (RSc) Metodologia - Esta pesquisa Datafolha foi um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade, com sorteio aleatório dos entrevistados. Teve como universo o conjunto do eleitorado da cidade de São Paulo. No levantamento, em 15 de maio, foram realizadas 1.080 entrevistas. A margem de erro é de três pontos percentuais no total da amostra, dentro de intervalo de confiança de 95%. É uma realização da gerência de Pesquisa de Opinião do Datafolha. Texto Anterior: Paulistano desconfia da limpeza dos outros Próximo Texto: "Gasto até 1h20 na banheira" Índice |
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