São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996 |
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Atlanta-96 rende-se aos cientistas Estudo usa realidade virtual HUMBERTO SACCOMANDI
Numa época na qual o desempenho de um atleta é medido em centésimos de segundo, pequenos desenvolvimentos científicos podem significar um recorde mundial. Os campos de pesquisa relacionados ao esporte são numerosos. Entre os mais importantes, estão: 1) biomecânica, que analisa os movimentos e procura aperfeiçoá-los, além de estudar posições mais aero ou hidrodinâmicas. Usa reproduções de movimentos feitas por meio de realidade virtual; 2) bioquímica e fisiologia, que estuda a produção de energia no corpo e sugere como aproveitar melhor o potencial energético; 3) materiais, que desenvolve novos e melhores materiais para esportes como o salto com vara, o ciclismo etc. Investimento Esse aparato beneficia principalmente os países mais ricos, que podem investir mais em pesquisa e na preparação de atletas. Segundo o pesquisador americano Vincent Mallette, que lançou na última sexta um livro sobre a ciência dos esportes (leia texto abaixo), o governo dos EUA investe algo em torno de US$ 100 milhões em pesquisas relacionadas às competições esportivas. A isso se acrescentam os recursos destinados à pesquisa por empresas privadas, para o desenvolvimento de novos produtos, como a nova linha de maiôs da Speedo. Uma das vedetes de Atlanta será um sistema revolucionário de contenção das ondulações na piscina do parque aquático. Ondulações A aparelhagem absorve a ondulação causada pelos atletas na superfície da água e a repassa ao fundo da piscina. Aprovado no papel, o sistema ainda não foi testado. A expectativa, porém, é que contribua para uma nova fileira de quebra de recordes na natação, como a que ocorreu em 1972, em Munique, quando o primeiro sistema antiondulações foi utilizado. O desenvolvimento da informática nos últimos anos potencializou as possibilidades de pesquisa, principalmente na área de análise de movimentos por computador. Isso ressalta a supremacia tecnológica de uma empresa ou universidade sobre os concorrentes. Vale patentes, royalty, publicidade e contratos. Para o espírito olímpico, há o perigo de que os Jogos deixem de ser uma competição entre atletas e países, e se tornem uma disputa entre cientistas e empresas. LEIA MAIS sobre ciência e esporte à pág. 4-7 Texto Anterior: Indy nega hoje Indianápolis, sua origem Próximo Texto: Cientista vê globalização Índice |
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