São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Lista de chamada

MARCELO MANSFIELD

Semanalmente, o "Vídeo Show" mostra um quadro chamado "Por onde Anda", em que tenta recuperar a memória de seus atores no escanteio. Só que, surpresa, nem sempre só existiu Fátima Freire ou Zaira Zambelli, mas sim, uma enorme lista de pessoas mais ou menos famosas, que ficaram na memória de quem tem mais de 25 anos úteis.
Alguém se lembra de Guy Loup antes de se tornar profeta? pois era uma linda e boa atriz...ou Nadia Lippi, que de tão famosa era a imagem que fechava a programação da Tupi.
Ou Carminha Brandão, que já foi o corpo mais bonito da TV, impagável em "Mulheres de Areia". Na primeira versão, pois na segunda, a grande estrela do cinema nacional dos anos 50, Gilda Nery, fazia a empregada do mesmo personagem, só que interpretado desta vez por Nicette Bruno, inesquecível, pois continua a toda... graças a Deus.
Pior quem se lembra de Sérgio Cardoso... não o teatro, mas o ator. Ou Procópio Ferreira em "Divinas e Maravilhosas" sendo que ele era "Divino e Maravilhoso".
Márcia Maria foi "Garota propaganda" e depois atriz. Assim como Marisa Woodward.
Elias Gleiser foi marido de Guy Loup, mas continua uma estrela. E cada vez melhor.
Junto com Lisa Negri, fez humor negro em "Cuidado: o terceiro degrau da escada está quebrado" de Geraldo Vietri, que sozinho, escrevia e dirigia seus próprios trabalhos.
E a belíssima Carmen Monegal? e o galã Gian Carlo, que ao lado de Denis Carvalho e Tony Ramos arrancava suspiros da platéia feminina de então?
Porque ninguém lembra de Cléa Simões com seu ar afetado em "Antônio Maria" onde "Uma bola que sobe e desce", fala dita a cada vez que se via em apuros, a acompanhou durante toda a novela derrubando o público de tanto rir. Essa era a mesma Cléa Simões, a tranquila e experimentada atriz que desmaiou de nervoso ao entrar em cena no primeiro "TV de Comédia".
E que atriz hoje em dia tem o despudor de aparecer ridícula como Marisa Sanches como a pobre ambiciosa de "Nino, o Italianinho", usando um gorro de chuva...dentro de casa. Só Maria Luiza Castelli, vendo as marcas de sua última plástica na mesma "Antonio Maria" onde era cunhada de Cléa Simões, do "Sobe e Desce", e mulher de Eliseo de Albuquerque, falecido ator característico, dono de grandes personagens.
E sem falar de Berta Zemel, primeira atriz a falar "bunda" na televisão, em "Vitória Bonnelli".
A salsicharia dramática da televisão atual não tem lugar para a memória. Quem apareceu na última edição do programa "Memória Band" deve agradecer a Terpsicore.
E deixo aqui uma pergunta valendo um miau do gato de Célia Biar na "Sessão Coruja": que atriz fazia aquela abertura em que, sugerindo um strip-tease, era interrompida por Carlos Manga, que dizia: "Esse programa não vai ser assim..." e que também cantava o número final de "A Cidade se Diverte" ao lado de Zélia Hoffman. Eu preciso saber. Por favor, eu peço: Quem era aquela loura?
Respostas para a coluna.

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