São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996
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Telebrás incentivará demissão de pessoal

Programa prevê gratificações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um projeto em estudo no Ministério das Comunicações prevê demissões incentivadas na Telebrás, que vem mantendo o documento sob total sigilo.
A estatal possui cerca de 91 mil empregados. A idéia é enxugar o quadro de pessoal em níveis compatíveis com a privatização das telecomunicações, que vai exigir empresas mais competitivas.
O projeto oferecerá vantagens aos telefônicos, entre elas a garantia de assistência médica pelo prazo de 18 a 24 meses após a demissão e o pagamento de uma gratificação média de dez salários para quem aderir ao programa.
A Folha apurou que a Embratel e a Telerj deverão iniciar o processo de enxugamento. Pela avaliação oficial, elas já têm problemas que justificariam o início do programa.
"Na Telesp a adesão será de pelo menos 20%, por causa dos baixos salários", disse o presidente da Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas Telefônicas), Almir Munhoz.
A idéia do ministro Sérgio Motta (Comunicações) é reduzir o quadro da Telebrás de 650 para 200 funcionários.
No Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, em Campinas, Motta pretende deixar apenas a metade dos atuais 1,2 mil empregados.
Primeiro passo
Esse programa de demissões seria o passo inicial para preparar as "teles" (subsidiárias da Telebrás nos Estados) aos novos tempos da banda "b" na telefonia celular e à privatização de todo o sistema.
Para a exploração da banda "b" pela iniciativa privada, é preciso a aprovação de um projeto de lei no Senado -já aprovado na Câmara.
Serão criadas de oito a dez "telecelulares" a partir do desmembramento das unidades de negócio de telefonia celular das "teles".
Se a legislação considerada ultrapassada não cair, as "teles" e as "telecelulares" entrarão em "acelerado processo de sucateamento", diz o deputado Arolde de Oliveira (PFL-RJ), relator na Câmara do projeto que abre a telefonia ao capital privado.

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