São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996
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Torrefadoras diversificam para cortar custos

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Torrefadoras de café estão diversificando seus produtos para reduzir o custo de distribuição do café tradicional e ter preços mais competitivos no mercado.
O Café do Ponto, por exemplo, acaba de entrar no mercado de cappuccino em parceria com a Sõnja Produtos Alimentícios e informa que está estudando a comercialização de outros produtos.
O Café Jaraguá também está lançando o cappuccino em parceria com uma empresa -a Kital Alimentos, do Paraná.
Dentro de um mês e meio, a empresa entra no mercado de café solúvel e, em 90 dias, vai vender filtros de papel.
Francisco Carlos Rei Pires, diretor do Café Jaraguá, que faturou R$ 13,5 milhões no ano passado, conta que sua empresa foi procurada por uma indústria argentina -fabricante de conservas enlatadas- que quer distribuir seus produtos no Brasil.
Segundo Pires, com a entrada nesses novos mercados a empresa deve fechar este ano com um faturamento de R$ 17 milhões.
O Café Jardim, que faturou R$ 16 milhões em 95, planeja lançar novos "blends" de cafés finos. "Tem muita gente entrando no mercado de cappuccino", diz Hassan Mahmoud Ayoub, diretor.
No final do ano passado, a empresa começou a distribuir café com leite em pó e chocolate com leite em pó.
Ao comercializar outros produtos, além do café tradicional, a estratégia das torrefadoras é escapar da sazonalidade da venda de café.
Segundo Ayoub, as empresas de café têm um alto custo de distribuição porque têm de visitar seus clientes semanalmente.
"A idéia é utilizar mercadorias com características semelhantes às do nosso carro-chefe e aproveitar de forma mais eficaz nossos canais de distribuição", diz Alexandre Nascimento Gonçalves, presidente do Café do Ponto.
A empresa tem 15 mil pontos-de-venda na Grande São Paulo e no interior que já distribuem sucos em pó e sal refinado. No ano passado, os sucos e o sal refinado light responderam por menos de 5% da receita de R$ 86 milhões.
Com a venda do cappuccino, a expectativa é que a fatia desses novos produtos venha a representar 10% das vendas.
Animada com a parceria, a Sõnja, que já vende mensalmente oito toneladas do Cappuccino di Capri, pretende triplicar esse volume e competir em pé de igualdade com outras grandes empresas, diz Renata Fleury Alves, diretora.
Nas contas de Gonçalves, a parceria pode reduzir o preço do cappuccino em cerca de 5%.
O Café Bom Dia informa que a sua estratégia hoje é de nacionalizar mais seus produtos. É que a empresa já distribui o cappuccino da General Foods, a cerveja dinamarquesa Faxe e o óleo argentino da marca La Sabrosa.
Sydney Paiva, diretor-superintendente, diz que o objetivo hoje da empresa é começar a distribuir os produtos nas regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste.
A Companhia União dos Refinadores, que distribui o sal Cisne e produz os cafés Pilão e Caboclo e o açúcar União, não revela planos.

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