São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Fiat investe US$ 500 mi em nova fábrica de caminhões Estado de São Paulo é o preferido pela montadora italiana ANDRÉ LAHÓZ
"Será um investimento de algumas centenas de milhares de dólares", disse à Folha Umberto Quadrino, diretor central da Fiat SpA (a Holding Fiat). Quadrino, o número três na hierarquia da Fiat internacional (só está abaixo de Paolo Cantarella e Cesare Romiti, os principais executivos da empresa), afirmou que não foi definido o local da fábrica. A Folha apurou que o Estado de São Paulo é, até o momento, o preferido da empresa. Minas Gerais e Rio Grande do Sul também são candidatos fortes. Paraná e Santa Catarina são os outros Estados que disputam o investimento. Os secretários de Indústria e Comércio de todos estes Estados já se reuniram com a diretoria da empresa no Brasil. Minas Gerais, por exemplo, ofereceu um terreno à montadora. O governador gaúcho, Antonio Britto, já discutiu o assunto com a direção da Fiat. "Nós não estamos buscando incentivos fiscais apenas. Nos interessa mais a infra-estrutura, como energia elétrica, e o mercado." Perguntado pela Folha se São Paulo seria o local mais interessante, Quadrino respondeu apenas que o Estado "tem outros problemas, como mão-de-obra cara". Hidrelétrica Além da Iveco, a Fiat inicia até o final do ano um investimento de US$ 150 milhões na construção de uma usina hidrelétrica na região de Belo Horizonte (MG). A usina terá capacidade de 170 megawatts (energia suficiente para atender uma cidade de 700 mil habitantes) e atenderá as fábricas do grupo. Com a usina, 75% da energia elétrica usada pelas empresas do grupo em MG estarão garantidas. O Brasil representa o segundo maior país em termos de faturamento e emprego para a Fiat, só perdendo para a Itália, sede da empresa. O grupo tem 24.700 empregados no país. Crise agrícola Apesar de elogiar o Plano Real, Quadrino se queixou da ação do governo na área agrícola. "Acabou o financiamento para a compra de máquinas agrícolas. É muito importante recuperar este setor da economia", disse. A Fiat comprou há dois anos a empresa New Holland, que produz máquinas agrícolas e tem fábrica no país. Sobre o nível de atividade, a Fiat trabalha com um cenário de crescimento para o Brasil, sem descontrole da inflação. Mercosul Segundo o executivo, o Mercosul tende a ser cada vez mais importante para as economias dos quatro países membros (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Mas ressaltou que, dos quatro, o Brasil é o país menos dependente do acordo. "O Brasil é um país que tem a ganhar com o mercado comum, mas que, por sua dimensão, poderia até ser autônomo. Mas a Argentina não." O jornalista André Lahóz viajou a Turim a convite da Fiat Texto Anterior: Torrefadoras diversificam para cortar custos Próximo Texto: Brasil é Primeiro Mundo em mídia, afirma empresário Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |