São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 1996 |
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Dissidentes já fazem ameaças
DENISE MADUEÑO
"Se fizermos um partido com os dissidentes, será maior que muitos da base do governo", disse o deputado Eraldo Trindade (PPB-AP). Esses governistas acusam o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) de ter uma "lista negra" com nomes dos aliados que não votam sempre com o governo. Alguns deputados apontam uma manobra do governo para desmoralizar os dissidentes. "Vão tentar negociar, mas, depois, divulgam os nomes dizendo que os deputados queriam apenas cargos", afirmou Trindade. O pepebista disse que foi procurado por emissários do presidente Fernando Henrique Cardoso querendo saber quais eram as suas "pendências" com o governo. Trindade ficou contra o governo nas três votações da reforma da Previdência na semana passada. As declarações do porta-voz Sergio Amaral, segundo as quais o Congresso votou a favor de privilégios, aumentaram o mal-estar. "O governo está sendo inábil. Não aceito recados malcriados do Robocop", afirmou Trindade, referindo-se ao porta-voz. Robocop é o personagem do filme de ficção, meio robô, meio humano. O líder do PPB, Odelmo Leão (MG), afirmou não aceitar qualquer forma de retaliação: "Exijo respeito à minha bancada. Essa é uma Casa legislativa que tem sua independência", disse. Ontem, o deputado Herculano Anghinetti (PPB-MG) enviou ofício ao ministro Santos para desconsiderar as indicações que fez. Ele indicou nomes para a gerência da Radiobrás em Belo Horizonte e para a chefia da representação da Susep (Superintendência de Seguros Privados). O deputado afirmou que sua decisão foi de prudência. "Não quero ser cobrado por isso". Texto Anterior: Governo identifica 39 deputados 'infiéis' Próximo Texto: Temas nacionais marcam a eleição no Clube Militar Índice |
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