São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 1996 |
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Temas nacionais marcam a eleição no Clube Militar Chapas tentam retomar politização que marcou instituição WILSON TOSTA
Concorrem as chapas Ação Renovadora, cujo candidato é o atual presidente, general João Cosenza; União e Tradição, do general Hélio Ibiapina Lima; Soberania e Dignidade, do vice-almirante Sérgio Tasso Vásquez de Aquino; e Família Militar, do tenente-coronel Paulo Caio Paranaguá Coutinho. Fundado em 1887, o Clube Militar teve como seu primeiro presidente o marechal Deodoro da Fonseca, e foi um dos centros da conspiração que resultou na proclamação da República, em 1889. Hoje, tem cerca de 26 mil sócios da ativa e da reserva, das três Forças, sendo 80% do Exército. Nas eleições, serão eleitos, além do presidente, quatro vices, dois terços do Conselho Deliberativo e um terço do Conselho Fiscal. "Acho que o governo atual é muito fraco, faz promessas que não cumpre e é caudatário de interesses que não são brasileiros", ataca o candidato Aquino, 59, que foi vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de 1990 a 1993. Exibindo apoios que considera de peso junto ao eleitorado, como o do secretário de Segurança Pública do Rio, general Nilton Cerqueira, e do deputado federal e capitão da reserva Jair Bolsonaro (PPB-RJ), ele critica a privatização da Companhia Vale do Rio Doce como "crime de lesa-pátria". Aquino também critica as injustiças sociais do Brasil, segundo ele "um dos países mais injustos do mundo", e a elite política, "uma liderança de canalhas que mente para defender seus privilégios". A União e Tradição também quer que o clube tome rumo político. Em carta aos associados, o general Ibiapina, 79, prega a criação no clube de um fórum permanente de debates, com apoio dos clubes das outras forças "para que sócios não-residentes no Rio não fiquem à margem dos acontecimentos". Texto Anterior: Dissidentes já fazem ameaças Próximo Texto: Candidato à reeleição defende cautela Índice |
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