São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 1996
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Candidato à reeleição defende cautela

DA SUCURSAL DO RIO

Para o atual presidente do Clube Militar e candidato à reeleição pela chapa Ação Renovadora, general João Cosenza, 62, alguns dos concorrentes às eleições da agremiação "não estão vivendo a realidade dos tempos".
"Hoje, o país passa por outro momento, de plena democracia, dirigido por pessoas que, na época do regime militar, eram oposição", diz.
"Até o momento, não temos sentido por parte delas nenhum revanchismo contra os militares, mas o quadro social do clube, muito envelhecido, sempre fica com um pé atrás."
Cosenza diz que sua administração foi pautada pela cautela nos pronunciamentos públicos. "Mas tem chapa que acha que o clube deveria levantar mais a voz."
Para ele, a defasagem salarial "não é mais a grande questão" entre os militares, como era em 1990.
Na época, o general Nilton Cerqueira foi eleito pela Ação Renovadora defendendo o engajamento na luta por melhores soldos.
"No momento, o governo está agindo coerentemente, apertando todos os setores, e, se todos estão se apertando, não é justo que os militares pressionem o governo para só eles terem aumento", afirma Cosenza.
O general diz que o clube não deixou de se pronunciar quando considerou que isso era importante. Ele lembra que os estatutos da agremiação enumeram, entre suas funções, defender os militares e debater os problemas nacionais.
Ano passado, o CM divulgou notas públicas em conjunto com os clubes Naval e da Aeronáutica em três ocasiões: quando o presidente Fernando Henrique Cardoso tomou posse, quando a data do pagamento dos servidores do Executivo foi mudada e quando começou o debate sobre indenizações para famílias de desaparecidos políticos.
Outro candidato à presidência do Clube Militar é o tenente-coronel Paulo Caio Paranaguá Coutinho, 60, que lidera chapa de coronéis e alguns majores.
Nunca um oficial fora do círculo de oficiais-generais presidiu a instituição.
No centro do programa de ação da chapa estão a interiorização do Clube Militar e a intensificação das atividades sociais.

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