São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 1996
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Micro renegociam dívidas de R$ 400 mi

MARCOS CÉZARI

As micro e pequenas empresas com dívidas bancárias renegociaram R$ 400 milhões de seus débitos, segundo Élvio Aliprandi, presidente da Associação Comercial de São Paulo.
Esse valor representa apenas 20% do total (R$ 2 bilhões) que os bancos têm para refinanciar as dívidas. O dinheiro é do compulsório recolhido pelos bancos ao Banco Central. A dívida total das empresas é estimada em R$ 3,5 bilhões.
Ontem, as associações comerciais do país estiveram reunidas na ACSP para um balanço da "Semana da Jornada de Renegociação", realizada entre 13 e 17 deste mês.
Durante aquela semana, os micro e pequenos empresários foram incentivados a procurar os bancos onde têm dívidas para tentar a renegociação das mesmas, conforme as regras estabelecidas pela circular 2.769/96 do Banco Central.
Segundo levantamento da Confederação das Associações Comerciais, foram recebidos 217 questionários que revelaram situações absolutamente diferentes no processo de renegociação.
Em 41% das respostas, a renegociação está ocorrendo normalmente; em 38%, o movimento está fraco, enquanto 18% mostram que não há renegociação. Em 3% dos casos as renegociações não se enquadravam nas regras da circular.
Críticas O levantamento mostra também que os bancos não vêm cumprindo corretamente as normas fixadas pela circular do BC.
A principal crítica é que os bancos só renegociam dívidas vencidas -quem tem dívida de curto prazo não-vencida, como o cheque especial, continua pagando juro alto e sem poder renegociar.
Outra reclamação é que muitos bancos querem cobrar juros acima dos fixados pela circular (TR mais 12% ao ano). Além disso, exigem garantias excessivas das empresas.
Na cidade de São Paulo, 84 questionários recebidos mostram que a renegociação vai bem em algumas agências de determinados bancos, mas não funciona em outras agências da mesma instituição.
Isso mostra que muitas vezes o que predomina é a posição dos gerentes, independentemente da orientação geral da direção do banco, disse Aliprandi.
Nos próximos dias a Febraban e o Sebrae estarão reunidos com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, propondo correções na circular para facilitar a renegociação.

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