São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 1996![]() |
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Reajuste de salários fica mais difícil Tendência é mais dissídios FÁTIMA FERNANDES
A reposição da inflação, tradicionalmente negociada na data-base de cada categoria, também corre o risco de não ser integral. Especialistas afirmam que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e o TST (Tribunal Superior do Trabalho) vão trabalhar arduamente em cima dessa questão. "Os salários tendem a cair. Notamos que é tímida a disposição das empresas para dar antecipação salarial ou para repor a inflação na data-base", diz Fábio Mandarano, consultor da Coopers & Lybrand. Levantamento feito pela Coopers em abril, com 115 empresas nos Estados de São Paulo e Rio e do Sul do país, mostra que 14% delas concederam antecipação salarial. Na média, as antecipações variaram de 5% a 10% e tomaram como base maio de 95 a abril deste ano. "As empresas não têm fôlego", afirma Mandarano. Jacks Rabinovich, diretor-presidente do grupo Vicunha, que faturou cerca de US$ 1,5 bilhão no ano passado, concorda. "Com a entrada dos importados no país e a queda no consumo no mercado interno, os negócios estão complicados. Não vamos dar antecipações. Quando chegar os dissídios vamos negociar para que a reposição da inflação seja a menor possível", diz. Rabinovich conta que a Vicunha e outras grandes empresas do setor têxtil estão perdendo competitividade. "Os nossos custos são muito maiores do que os dos concorrentes estrangeiros." Na China, Indonésia, Paquistão e Índia, continua ele, o custo de um trabalhador não passa de US$ 100 por mês. "No Brasil, varia de US$ 500 a US$ 1.000 mensais." O grupo Vicunha emprega hoje cerca de 28 mil pessoas. Chegou a ter 31 mil funcionários no início de 1995. "Acredito que não deve haver grande pressão para aumentos salariais. O importante agora é manter o emprego." Texto Anterior: BC altera a minibanda e eleva os juros Próximo Texto: Fiat rejeita indexação e quer premiar produtividade Índice |
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