São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Um órfão no mercado

JORGE RUBEZ

É o leite pasteurizado, o melhor que existe e que é mais conhecido como tipo A, B e C. Alguém já viu propaganda institucional na televisão ou cartazes nas ruas falando dele? Certamente que não. Há mais de 15 anos que o leite pasteurizado está entregue a sua própria sorte.
Outros tipos de leite estão com presença forte na mídia, mas do pasteurizado não se fala nada.
Se atualmente o brasileiro é um dos povos que menos bebe leite pasteurizado no mundo, a falta de divulgação é um dos motivos, além, é lógico, do seu baixo poder aquisitivo.
Coisa lamentável, considerando o alto valor nutritivo do leite pasteurizado e a sua extrema necessidade para crianças, idosos, esportistas, trabalhadores braçais, gestantes etc.
Este é o momento de ouro para se realizar a propaganda institucional do leite pasteurizado. É o momento em que a grande maioria da população brasileira ainda não definiu seus hábitos alimentares. Ela está apenas começando na sociedade de consumo.
Nessa falha de marketing o produtor do leite pasteurizado tem culpa no cartório. Não é toda dele, mas tem. O motivo é mais que óbvio, pois o dono do leite pasteurizado é o próprio produtor, embora a grande parte da classe ainda não tenha se apercebido desse fato.
É até justificável essa situação, pois a cultura que existe em sua cabeça é a de que sua missão é de apenas produzir e entregar o leite nos laticínios. A partir daí, ele não teria mais nada a ver com o seu próprio produto.
O produtor tem que mudar sua mentalidade para que o leite pasteurizado possa ter melhor sorte no mercado e não continue órfão.
Uma das formas de conseguir isso é por meio da fundação de uma forte entidade com função de fazer a propaganda institucional do leite pasteurizado.
Essa entidade seria sustentada com arrecadações de todos os produtores de leite pasteurizado, podendo inclusive prestar muitos outros serviços.

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