São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Kandir acorda ministro e termina o dia deputado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

Reportagem Local
O deputado Antônio Kandir (PSDB-SP), apontado como provável sucessor de José Serra no Planejamento, não sabia o que responder aos cumprimentos que recebia durante o dia de ontem.
A notícia de Kandir no ministério foi divulgada por uma rádio e atribuída a assessores da Presidência da República que acompanhavam FHC na visita à França. O próprio ministeriável tomou conhecimento de suas possibilidades por esse noticiário.
No decorrer da tarde, porém, na falta de confirmação oficial, a dúvida se instalou. E a nova versão, entre assessores de FHC que ficaram em Brasília, passou a ser a seguinte: Kandir é o mais provável, mas Andrea Calabi, atual secretário-executivo do Planejamento, ainda corre por fora.
Os dois ministeriáveis estavam em Brasília. Mas Kandir foi o mais assediado. Ficou no seu gabinete, sitiado por um batalhão de repórteres e curiosos.
o secretário-geral do PSDB, deputado Arthur Virgílio (AM), passou boa parte do dia reunido com o provável futuro ministro. Para ele, Kandir "tem o perfil".
Requisitos
Entre os requisitos preenchidos por Kandir, estão: é economista e político, paulista, ligado a Serra (de quem foi aluno na Unicamp) e não cria atritos com Pedro Malan (ministro da Fazenda).
É considerado especialista em matéria tributária.
O fato de ter sido secretário de Política Econômica na primeira fase do governo Collor (e co-autor do bloqueio de ativos financeiros baixado na época) não é considerado um obstáculo ao cargo pela direção do PSDB.
"Os nossos aliados vieram quase todos do governo Collor e não tem problema nenhum", afirmou Arthur Virgílio.
"Ainda sou deputado e preciso votar", disse Kandir no final da tarde, quando decidiu interromper a espera por informações oficiais em seu gabinete.
Foi para o plenário, votou e terminou o dia como ministro indicado, ministro sondado e virtual ministro. Só não era ministro.

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