São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Brasil é o 2º em hanseníase no mundo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil ocupa o segundo lugar em número de casos de hanseníase (lepra) no mundo -até o ano passado estavam registrados 137.806 portadores da doença. A Índia está em primeiro lugar com 560 mil casos.
A doença foi endêmica na Europa no século passado e hoje está erradicada nos países mais desenvolvidos.
Uma conferência com especialistas na área, que começou ontem na Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), em Brasília, sobre a eliminação da hanseníase das Américas, deve indicar hoje novos rumos para o tratamento da doença.
A proporção no Brasil é de 8 doentes para cada grupo de 10 mil habitantes. A meta a ser alcançada pela OMS é de 1 doente por 10 mil habitantes nos países como o Brasil, com alta incidência da doença.
Só no ano passado, os agentes comunitários de saúde registraram 35 mil novos casos.
Um dos problemas é a falta de registro dos pacientes e o tratamento nas áreas de difícil acesso.
Uma das propostas da conferência é identificar áreas com alta incidência de casos onde a Opas poderia ajudar com o apoio técnico e financeiro.
A Organização Mundial da Saúde tem como meta a eliminação da doença até o ano 2000.
Tratamento abandonado
Levantamento da Opas indica os Estados do Pará, Maranhão e Tocantins como as regiões que concentram o maior número de casos no Brasil.
Segundo o responsável pela área de hanseníase na Opas, Clóvis Lombardi, a persistência da doença no país deve-se em parte ao atraso no tratamento, feito à base de combinação de drogas.
A hanseníase é uma doença que tem cura. A OMS recomenda um tratamento com três drogas associadas durante um período de dois anos.
O tratamento custa US$ 60 por pessoa. Lombardi disse que o maior problema no Brasil é o fato de os doentes abandonarem o tratamento.
Segundo Lombardi, a ação dos agentes comunitários de saúde tem sido importante para evitar que os doentes deixem de fazer o tratamento.

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