São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vôos regulares ganham prioridade em Congonhas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aeroporto de Congonhas (zona sul da capital) vai passar a dar prioridade aos vôos regulares, feitos por grandes aviões, a partir de sábado. Quem perde com isso é a aviação executiva, dos jatinhos.
O plano, revelado pela Folha em abril, foi divulgado ontem pelo diretor do Departamento de Eletrônica e Proteção ao Vôo do DAC (Departamento de Aviação Civil), brigadeiro Normando Araújo de Medeiros.
Os aviões agora terão horário marcado para pousos e decolagens. Antes, o horário de decolagem, por exemplo, era apenas uma referência para os passageiros, e dois aviões podiam ir para a pista no mesmo momento.
Esse tipo de vôo é responsável por 47% do movimento dos aeroportos e pelo transporte de 88% dos passageiros.
Com isso, os táxis aéreos e jatinhos particulares, que respondem por 53% do movimento, mas só transportam 12% dos passageiros, terão suas decolagens e pousos condicionados à disponibilidade de horários, diferentemente do que ocorre hoje.
O brigadeiro explicou, em audiência na Câmara, que no horário de maior movimento (das 7h às 9h), há atrasos constantes porque vários vôos são marcados para um mesmo horário.
"Isso, na prática, é impossível de ser cumprido", de acordo com o brigadeiro.
O novo sistema implicará alguma mudança de horário nos vôos regulares e tentativa de distribuição do movimento de Congonhas ao longo do dia -dificultando a operação de aviões pequenos em horários de pico.
Menos decolagens
Os horários serão marcadas de dois em dois minutos, respeitando o limite de segurança determinado pelo departamento, que é de 35 a 40 movimentos (pousos e decolagens) por hora.
"Se fôssemos atender a todas as solicitações que recebemos, operaríamos com até 59 movimentos por hora, o que comprometeria seriamente a segurança", disse o brigadeiro.
O tráfego aéreo em São Paulo também é o maior do país. De acordo com o estudo, a região possui cinco aeroportos (Congonhas, Guarulhos, Campinas, Santos e Campo de Marte), 11 aeroclubes e 62 helipontos registrados.
Nos últimos cinco anos, o movimento na área cresceu cerca de 30%, principal razão para o congestionamento de Congonhas.

Texto Anterior: Versão é absurda, diz sindicato
Próximo Texto: Projeto de direito à moradia é protocolado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.