São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Sesi; Dúvida; Protesto; Condenação implícita; Pedido; Solução; Habitat

Sesi
"Infelizmente, nas reportagens, textos e artigos de opinião 'A indústria desvia verba destinada a trabalhador', de 26/5, e 'Fiesp nega irregularidade' e 'Telhado de vidro', de 28/5, foi ignorada a maioria das informações fornecidas pelo presidente da Fiesp a respeito do assunto.
Por isso, consideramos essencial corrigir o seguinte:
1) O Sesi não comprou um imóvel 'pelo dobro do preço cotado pela CEF'. A avaliação da CEF, pedida pelo próprio Sesi, restringiu-se ao preço médio dos terrenos na região, cujo valor serviu de referência também para o cálculo de edificações. E o valor estabelecido pela CEF foi o equivalente a US$ 8,141 milhões, e não US$ 6,9 milhões, como publica a Folha.
No cálculo da Caixa não estavam incluídas as instalações e todos os equipamentos do centro administrativo, como central de energia, gerador com sistema de 'no break', rede telefônica com 30 linhas, central de computadores, materiais diversos, peças de reposição e componentes de estabilizadores de tensão, sistema de combate a incêndio, microprocessadores etc.
Houve, ainda, mais três avaliações que incluíram todo o conjunto do imóvel. A negociação completa, inclusive com os laudos de avaliação, foi aprovada pelo Banco Central do Brasil, como anuente liberante da aquisição feita pelo Sesi à então proprietária do terreno, das edificações e das instalações, a empresa Auxiliar S/A, da Corporação Bonfiglioli.
2) O edifício Theobaldo de Nigris, na av. Paulista, pertence ao Senai e não ao Sesi, como afirmou a Folha. E a desocupação do prédio não dá um prejuízo mensal de R$ 20,7 mil em despesas de manutenção. Como foi dito à reportagem, o aluguel do último andar rende atualmente R$ 30 mil mensais, quantia superior aos gastos de manutenção.
Além disso, a mudança para outro prédio do Senai significou um corte de R$ 130 mil mensais, gastos na av. Paulista em despesas de manutenção. E uma redução de pessoal de 780 para 660 funcionários, além da melhoria das condições funcionais e administrativas.
Ao desocupar o edifício, o Sesi não 'amargou uma perda de receita de pelo menos R$ 3 milhões no período de um ano' porque o prédio não é dele. Quanto ao Senai, o verdadeiro proprietário, não recebia aluguel algum quando ocupava aquelas instalações. Ao contrário, e como foi dito, respondia por despesas muito superiores às que tem agora.
3) O hotel de Presidente Epitácio não tem classificação 'cinco estrelas'. Até porque não possui os requisitos para isso, pois há beliches nos quartos, não há frigobar nem os serviços exigidos nos hotéis com aquela classificação.
A Folha errou ao misturar o Centro de Atividades do Trabalhador (CAT) com o hotel para dizer que o conjunto está abandonado ou às moscas. Nos últimos três anos, o CAT do Sesi foi frequentado por mais de 300 mil trabalhadores. Só nos quatro primeiros meses deste ano, mais de 27 mil trabalhadores estiveram no CAT de Presidente Epitácio.
A locação do edifício Theobaldo de Nigris ao Tribunal de Justiça do Estado, bem como o arrendamento do hotel de Presidente Epitácio, obedeceram às normas regulamentares, tudo sendo feito mediante concorrência pública.
Esses são os erros mais flagrantes na reportagem que, como foi dito acima, desconsiderou a maioria das informações a que teve acesso, por duas vezes, o repórter da Folha.
Importa ressaltar, finalmente, que todas as informações solicitadas e publicadas ou não (salvo os erros cometidos pelo jornal) foram fornecidas pelo presidente da Fiesp, dentro dos critérios de absoluta transparência no relacionamento com a imprensa.
Resta-nos, portanto, o espaço deste 'Painel' para dar aos leitores da Folha o mínimo de informações indispensáveis sobre o assunto."
Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp/Ciesp -Federação das Indústrias do Estado de São Paulo/Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Nota da Redação - O edifício Theobaldo de Nigris permanece desocupado há um ano, resultando em perda de receita, em aluguel, de R$ 3 milhões. A Folha não afirmou que o CAT de Presidente Epitácio está desativado, mas sim que o hotel ali construído, considerado padrão cinco estrelas pelo engenheiro responsável por sua manutenção, permanece fechado há 17 meses. Quanto ao proprietário do edifício, leia seção "Erramos" abaixo.

Dúvida
"O ministro Jatene tenta aprovar o novo imposto sobre movimentação financeira para a Saúde.
Como brasileiro, quero saber do governo, na verdade, para onde vai a verba arrecadada com esse imposto absurdo, para a Saúde ou para tapar os rombos públicos?"
Arlindo Lopes (Assis, SP)

Protesto
"Protesto contra a prisão do jornalista Sérgio Fleury Moraes.
No momento em que se discute uma nova lei de imprensa, temos o primeiro e único jornalista preso desde a ditadura por cumprir uma das funções básicas do jornalismo, que é informar ao leitor, com exatidão, os fatos."
Neide Fleury Moraes (São Paulo, SP)

Condenação implícita
"No momento em que os EUA dão subsídios de US$ 36 bilhões à agricultura (isso num país onde 5% da população vive no campo), querer aumentar os impostos do produtor rural no Brasil é condenar o país a ficar sem investimento no campo."
Paulo D. Ramos (Lages, SC)

Pedido
"Ilustríssimo sr. presidente, digníssimos srs. deputados e senadores, se vocês não querem fazer nada pelo Brasil, por favor, renunciem, e por favor sumam do mapa brasileiro."
Neder Gregol Marques (Dourados, MS)

Solução
"O Brasil tem solução? Inegavelmente sim.
Iniciando pela exterminação da pouca vergonha em todos os escalões, acabando com a indignidade, a fantasia, a mentira, o desperdício e a deslavada hipocrisia dos nossos governantes e políticos, dependendo tão-somente da boa vontade e do real empenho."
Éddie Patrizi (Rio Claro, SP)

Habitat

"Congratulações pelo primoroso caderno Habitat 2."
Wilson Roberto Vicente, assistente de imprensa da assessoria de comunicação da Câmara Municipal de Santo André (Santo André, SP)

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