São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996
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Novo ministro afasta confisco

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O passado bateu ontem à porta do ministro indicado do Planejamento, Antônio Kandir. O agricultor paulista Hélio Betini, 60, foi cobrar no gabinete de Kandir a correção monetária da caderneta de poupança confiscada no governo Collor.
O futuro ministro não renegou o passado, mas tratou de dizer que não pensa em nada parecido hoje. "Foi uma decisão dentro de um contexto de um momento específico da história, que não tem nada a ver com o atual momento", disse.
Kandir comparou o fim do governo Sarney à "beira do precipício". O momento atual, segundo o deputado, é comparável a uma estrada tranquila.
O agricultor paulista deixou o Congresso sem uma resposta de Kandir. Ele conta que, sem a correção da inflação, o dinheiro da venda de duas casas "virou pó". "Para mim, ele não merecia confiança", disse.
A caminho do plenário da Câmara, Kandir foi vaiado por um grupo de funcionários do Congresso. Como os demais funcionários públicos, eles não tiveram o reajuste salarial deste ano.
A ação de Kandir no ministério do Planejamento não deverá indicar nenhuma mudança na condução do Plano Real, segundo ficou decidido em negociações durante a madrugada.
Antes de expor suas idéias para combater o déficit público ou sobre o ritmo do programa de privatizações (temas de sua agenda), Kandir quer acertar o discurso com FHC.
"A equipe sempre trabalhou de maneira harmoniosa e deve continuar assim".

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