São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996
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FHC classifica juros como 'escorchantes'

JAIR RATTNER

JAIR RATTNER; CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Ministro diz que comitiva não é 'excepcional' comparada à dos "presidentes de grandes países"

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse que considera "escorchantes" os juros no Brasil. A afirmação foi feita ontem em conversa com empresários que acompanham a visita à França.
FHC respondia a pergunta do empresário Mário Amato, presidente honorário da Fiesp. Amato reclamou que, devido à diferença entre as taxas de juros brasileiras e estrangeiras, comprar bens de capital no exterior ficava "de graça".
O presidente afirmou que a única variável da economia que pode ser alterada pelo governo é a taxa de juros básicos. "Na segurança social e na aposentadoria, há leis que não nos permitem mexer. Seguramos tudo na ponta do caixa."
Para o presidente, o problema é dos parlamentares. "Difícil é lutar contra o Congresso para aprovar as medidas", disse.
Segundo FHC, a queda das taxas de juros está condicionada à falta de verbas. Em viagem em julho de 95 a Portugal, FHC já havia afirmado que as taxas de juros no Brasil são muito altas.
Comitiva
O chanceler Luiz Felipe Lampreia justificou o tamanho da comitiva que acompanha FHC à França com um suposto exemplo norte-americano. "O presidente dos EUA viaja com mil pessoas."
Ele não considera a comitiva excessiva. "Para o presidente do Brasil, cem pessoas não é excepcional em relação às comitivas dos presidentes dos grandes países."
O ministro afirmou que não sabia, conforme revelou a Folha ontem, que o programa da comitiva da área cultural só começa hoje.
EUA
O presidente dos EUA quando viaja ao Exterior leva, em média, cerca de 130 pessoas consigo.
Esse número pode aumentar. Depende do roteiro e da extensão da viagem. Mas em geral não ultrapassa muito o de 200.
Na mais recente viagem de Clinton (em abril, para Coréia, Japão e Rússia), a delegação oficial, inclusive ele e a primeira-dama, foi de 17 pessoas mais 21 assessores.
A Casa Branca não disse à Folha quantos seguranças e militares acompanham Clinton. Mas, de acordo com jornalistas que costumam viajar com o presidente, esse número varia entre 80 e 120.

Colaborou Carlos Eduardo Lins da Silva, de Washington

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