São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996
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Egotrip

CARLOS SARLI

Administrar o ego quando se está na condição de melhor do mundo não deve ser tarefa fácil. É claro que é o tipo de "problema" que qualquer um gostaria de experimentar.
Poucos têm a chance.
Ainda que temporariamente, o surfista norte-americano Shane Beschen está vivendo, pela primeira vez, o prazer, o glamour e, provavelmente, a inveja, a cobrança (inclusive a própria) e outros inconvenientes de estar no topo da lista dos melhores do mundo.
Aos 24 anos, natural de San Clemente, Califórnia, ele terminou a temporada passada em 9º lugar, e começou o ano fazendo a perna australiana num crescendo.
Ficou em 9º em Sydney, 5º em Gold Coast, e 3º em Bell's.
Voou para o Japão na 3ª posição do ranking, atrás dos favoritos Sunny Garcia e Kelly Slater.
Em Torami Beach, Chiba, encontrou as melhores condições de mar de toda a história do Marui Pro, o mais tradicional evento de surfe do Japão, com 16 anos de experiência.
Passou direto da primeira para a terceira fase com a melhor soma de pontos do dia e assim foi até a final, quando despachou o australiano Luke Egan.
Estamos ainda no começo da temporada. Apenas 4 das 13 etapas previstas rolaram.
As melhores condições de Chiba, ondas de um metro a dois metros consistentes e extensas, são poucas se comparadas ao que vem pela frente.
As próximas três etapas, que acontecem no intervalo de um mês a partir de hoje, prometem ser a fase mais emocionante do tour deste ano, à exceção da última, no Havaí, se o campeão não estiver definido até lá.
A razão dessa expectativa é uma só: onda.
Gradjagan, Indonésia; Saint Leu, Ilhas Reunião; Jeffreys Bay, África do Sul estão entre os melhores reef breaks do mundo.
Vamos ver quem estará como melhor do mundo em julho.

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