São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 1996
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Deputados querem processar Jabor por difamação e calúnia

Cineasta é chamado de "bajulador" após atacar Congresso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A votação dos destaques da reforma da Previdência, marcada para ontem na Câmara, deu lugar à repercussão da crônica do cineasta Arnaldo Jabor levada ao ar pela Rede Globo anteontem ("Jornal Nacional") e ontem ("Bom Dia Brasil").
A direção da Casa prepara processo contra ele, que foi chamado de "desqualificado" e "bajulador" por Luís Eduardo Magalhães (PFL-PE), presidente da Câmara.
Os deputados se revoltaram contra declarações do cronista, que disse que o Congresso é um mercado onde se vendem votos em troca de cargos e se defendem bancos, empreiteiras e ruralistas.
Luís Eduardo Magalhães determinou ao procurador da instituição, deputado Bonifácio de Andrada (PPB-MG), que solicite a fita para que Jabor seja processado.
A Lei de Imprensa também foi lembrada. "Não podemos votar a reforma da Previdência enquanto não aprovarmos a Lei de Imprensa", afirmou Agnaldo Timóteo (PPB-RJ).
O procurador-geral da Câmara dos Deputados, Bonifácio de Andrade, vai solicitar a abertura de processo contra Arnaldo Jabor, por calúnia, difamação e injúria.
Ontem, Arnaldo Jabor, que é articulista da Folha, declarou que o que havia dito "é que há alguns deputados que querem fazer um novo centrão e transformar o Congresso num shopping center".
Para ele, "o presidente da Câmara e outros deputados estão generalizando. Acho que querem fazer disso um pretexto para passar a nova Lei de Imprensa, que amordaça a imprensa. O resto é gritaria de uma frente única ruralista-petista que quer minha cabeça".

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