São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
FHC prepara documento para o G-7
LUIZ ANTÔNIO RYFF; JAIR RATTNER ; DANIELA PINHEIRO
O texto deverá ser entregue ao presidente francês Jacques Chirac. A reunião do G-7, que se realizará em Lyon, discutirá medidas contra a ação de especuladores no sistema financeiro mundial. "O Brasil tem algumas idéias, e Chirac pediu que escrevesse um documento e mandasse a ele", disse Fernando Henrique. O dirigente francês soube dessas posições na semana passada, antes da viagem, por meio de conversa telefônica com FHC. Fernando Henrique disse que o Brasil não está ameaçado pelo capital especulativo. Segundo ele, as reservas cambiais protegem o país. Em Lyon, FHC recebeu o título de doutor "honoris causa" pela Universidade de Lumière-Lyon 2. 'Lado positivo' Na reunião com um grupo de brasileiros residentes na cidade, o presidente teve de enfrentar críticas que iam desde a falta de um consulado na cidade até a má imagem do Brasil no exterior. "A imagem tem, por um lado o samba, e, por outro, a violência", reclamou Sérgio Chianca, do Movimento de Apoio ao Brasil Democrático, formado por estudantes. FHC disse que estava na França para mostrar o lado positivo do Brasil. Perguntado sobre a impunidade dos massacres no Brasil, disse que não pode fazer nada. "A punibilidade, pela Constituição, depende do governo local. Mandei para o Congresso uma lei pedindo que os crimes contra os direitos humanos possam ser julgados pela União, mas, até ser aprovada, vai demorar. O que posso fazer, já fiz: ir para a televisão reclamar", disse o presidente. Pela manhã, antes de deixar Paris com destino a Lyon, FHC e Ruth Cardoso receberam a visita da ex-primeira-dama francesa Danielle Mitterrand. 'Exausto' "Estou exausto", disse o presidente ao chegar ao COI (Comitê Olímpico Internacional), ontem à noite, em Genebra (Suíça) onde defendeu a candidatura do Rio à sede das Olimpíadas de 2004. No encontro com o presidente do COI, Juan Samaranch, FHC se queixou da carga de compromissos. "Depois do que passei na França, seria bom ter um primeiro-ministro para dividir a agenda", afirmou. O presidente volta ao Brasil hoje, às 15h30. (LUIZ ANTÔNIO RYFF, JAIR RATTNER e DANIELA PINHEIRO) Texto Anterior: STF barra artigos da lei da 'impunidade' Próximo Texto: Deputados querem processar Jabor por difamação e calúnia Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |