São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 1996 |
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Kandir quer verder Vale ainda neste ano
MARTA SALOMON
Já no discurso de posse, Kandir pretende assegurar que a Companhia Vale do Rio Doce será privatizada até o final do ano. O último cronograma divulgado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) prevê que a privatização da Vale ocorrerá apenas no primeiro trimestre de 1997. Como presidente do Conselho de Desestatização, cabe ao ministro do Planejamento o comando do programa de privatização. O ritmo imposto à venda das estatais é uma das principais críticas feitas, principalmente pelo PFL, à atuação do ministro José Serra. As idéias que Kandir organiza para o seu discurso de posse serão submetidas ao aval do presidente Fernando Henrique Cardoso. O encontro entre os dois deverá ocorrer no fim-de-semana, quando o presidente voltar de Paris. Mais de 24 horas depois de ter sua indicação para o ministério confirmada, Kandir ainda não havia conversado com FHC. Por isso, redobrou a cautela com o que fala. "Sou muito disciplinado", insistiu durante todo o dia, em que se esquivou das perguntas. "O governo é do presidente Fernando Henrique: não muda absolutamente nada", repetia. 'Cópia xerox' Kandir foi cuidadoso até ao tentar explicar de que forma pretende dar "continuidade" à ação de José Serra -um compromisso assumido na véspera. Adiantou, porém, que não será a "cópia xerox" de Serra. "Você acha isso possível? Ele é careca, e eu tenho cabelo", brincou. Entre as pistas que deu sobre seu perfil no ministério, Kandir prometeu aos colegas da bancada tucana que dará atenção especial ao relacionamento com o Congresso. "Quem vai para o ministério não é o economista, nem o professor, mas o deputado", disse. A bancada do PSDB se reuniu de manhã para comemorar a indicação. Os deputados aproveitaram a ocasião para pedir a Kandir que cuide de atenuar as desigualdades entre as regiões do país. O futuro ministro marcou ponto no plenário da Câmara dos Deputados para mostrar a preocupação com as reformas constitucionais. "Não haverá expansão de empregos sem reformas profundas", afirmou. Texto Anterior: BC sofre derrota no caso Comind; Excel lança programa de demissão voluntária; ANJ solicita análise de prisão de jornalista; Escolhido relator em processo contra Chedid; Jornalista é preso em Minas Gerais Próximo Texto: Calabi pode ser a 1ª baixa Índice |
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