São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 1996
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CEF deve receber R$ 320 mi do Proer

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para absorver a carteira de crédito imobiliário do Banorte, a CEF (Caixa Econômica Federal) deverá receber cerca de R$ 320 milhões do Proer, programa de socorro aos bancos a juros subsidiados.
Até agora, o BC já liberou R$ 11,287 bilhões de Proer para possibilitar a incorporação de bancos.
Os R$ 320 milhões são a diferença entre o total da carteira imobiliária do Banorte (R$ 537 milhões) e a dívida do banco junto à CEF (R$ 217 milhões), segundo o presidente da Caixa, Sérgio Cutolo.
O valor final do Proer dependerá das condições de retorno das operações feitas com os mutuários.
A CEF já recebeu R$ 1,686 bilhão do Proer para absorver a carteira imobiliária do Banco Econômico.
Cutolo disse, entretanto, que nem toda a carteira de crédito imobiliário do Banorte pode interessar à CEF. Isso porque boa parte dos 19 mil contratos do Banorte pode ser de difícil recuperação.
"É preciso entrar no Banorte para fazer uma análise dessas contas", disse Cutolo.
A parte "saudável" do Banorte foi transferida para o Bandeirantes. A operação receberá R$ 540 milhões de Proer, segundo o BC. O Banorte está sob intervenção federal desde o último dia 24.
Outras carteiras
A possibilidade de a CEF ficar com carteiras de crédito imobiliário dos bancos sob Raet (Regime de Administração Especial Temporária) do BC está em estudo.
Esse estudo faz parte da elaboração da medida provisória que a equipe econômica está preparando para socorrer bancos estaduais.
A CEF avalia possuir a infra-estrutura necessária para receber as prestações dos mutuários dos bancos que serão privatizados ou transformados em agências de desenvolvimento.
Mercantil
O BC suspendeu ontem a intervenção na Mercantil CCTVM (Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários Ltda), com sede em Recife. O controle acionário da corretora será assumido pelo Banco Rural, de Minas Gerais.
Para assumir o controle da Mercantil CCTVM, o Rural negociou com o BC a autorização para transformá-la em banco múltiplo -o novo BR-Banco Mercantil.
Será esse banco que absorverá R$ 240 milhões em passivos (débitos) e ativos (créditos) do velho Mercantil, além de 19 agências, 17 mil funcionários e as atividades bancárias do banco pernambucano, sob intervenção desde agosto. O Mercantil que ficará com o BC receberá R$ 102 milhões do Proer.

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